Assim escreve quem melhor o faz nos jornais portugueses:
«Aliás, em grande parte do fascínio que o fascismo e o marxismo exerceram, no século XX, entre muitos intelectuais ocidentais, encontra-se esse deleite pelo controlo ou erradicação da figura geradora de instabilidade do empresário/industrial e o fascínio pela subordinação da produção industrial/vida empresarial aos objectivos ideológicos, logo intelectuais.
Os alfarrabistas são um dos locais onde se torna mais evidente este gigantesco investimento intelectual na justificação de modelos económicos e políticos criados a partir de formulações teóricas: enchem várias bibliotecas as obras que esmiuçaram os detalhes do corporativismo, do comunismo, o futuro dos não alinhados, a superioridade da economia socialista... Esse mesmo ritual social europeu que consiste na subestimação intelectual de todos os Presidentes dos EUA, muito frequentemente mais não é do que um "rictus snob" pelo facto de emigrantes incultos terem pragmaticamente feito um país que se tornou potência mundial enquanto soçobraram as sociedades intelectualmente perfeitas. Nestes antagonismos há claramente algo de classe.»