17.6.04

O arrendamento, esse mercado inexistente

O Instituto Nacional de Estatística (INE) concluiu que nas cidades portuguesas, 52,7 por cento dos alojamentos arrendados e subarrendados custam menos de 59,86 euros de renda, enquanto 90 por cento dos alojamentos que são propriedade dos seus ocupantes representam encargos superiores a este limiar.

A liberalização do arrendamento habitacional é talvez a reforma mais urgente e eternamente adiada. Teria efeitos estruturantes a vários níveis: na requalificação urbana, na restauração de edifícios degradados, no aumento da mobilidade dos cidadãos, sobretudo na alteração da postura dos agentes económicos que passariam a privilegiar o rendimento em vez do património.

O governo tem-na prometido há muito, dizem que já pronta, mas... falta coragem política para assumir os custos de uma tal reforma. Que seriam rapidamente absorvidos, diga-se.