23.6.04

UM REFERENDO PARA NUNCA

Continuando o cínico jogo do empurra para a oposição, o Governo assegurou que o referendo à dita "constituição" europeia está dependente do consenso na formulação da pergunta. Recorde-se que a última falsa questão que Durão Barroso havia levantado no passado Dezembro era a das datas...

A quase secreta ministra dos negócios estrangeiros portuguesa, Teresa Patrício Gouveia, afirmou hoje, no Parlamento, que é necessário um consenso parlamentar acerca da pergunta a fazer no referendo à ?constituição? giscardiana.

O que pressupõe que se não houver acordo entre o Governo e a oposição parlamentar, então estão criadas as condições para que o referendo se vá adiando e, eventualmente, nunca se venha a realizar.

Se o Governo estivesse verdadeiramente interessado em fazer uma consulta popular acerca da ?constituição? que nos foi ofertada pelo eixo franco-alemão liderado por Giscard, pura e simplesmente fazia-o sem mais desculpas de mau cumpridor.

Assim, vamos passar os próximos tempos a discutir frases e palavras, com os políticos do sistema a fingirem zangas e diferenças de opinião.

Depois desta falsa questão da pergunta, a ministra Gouveia sairá das brumas, uma vez mais, a levantar um qualquer novo problema que nunca o foi.

Tudo para que o referendo não se faça ou aconteça o mais tarde possível. Do ponto de vista do Governo, de preferência tarde demais.