3.2.05
Análise de um eleitor ainda sem voto definido
Embora não goste, não confie e não espere nada de cada um dos candidatos, preparei-me devidamente diante do sofá, mas perdi logo o início, porque um dos miúdos pôs-se aos berros com pesadelos.
Apanhei a coisa a meio e fiquei elucidado. Perguntava-se sobre o aumento da idade da reforma, e Sócrates não admitiu o seu aumento (como vem no seu programa), defendendo apenas o fim dos incentivos às pré-reformas. Santana admitiu, vá lá, os 68 anos. Com uma fezada de que em 10 anos se conseguiria reverter o envelhecimento da população. E querem eles ser primeiro-ministros...
Ainda pesquei mais umas palavras grandes, redondas, quentes, mas sem conteúdo.
Achei o modelo bom, sem interrupções, sem berros e com possibilidade de discurso fluído e apresentação de ideias-sínteses. O problema e frustação está mesmo nos dois candidatos: perante este modelo nota-se mais o vazio.
Acho que não falaram de educação, nem da Europa, nem da PAC, nem da Justiça, nem dos cortes na despesa, no abandono de funções do Estado, de despedimentos na função pública, no encerramento de serviços e institutos, na venda de empresas do Estado , na corrupção, enfim não abordaram propriamente nada com muito interesse para o futuro próximo.
Vou fazer como certos fanáticos da bola: não veêm o jogo de 90 minutos e passam 3 horas a ver programas de comentadores sobre o jogo. Sempre entretem.