20.2.05

Curiosidades Eleitorais (IV) - Os líderes contam?

Analisando as votações extremas dos vários partidos desde 1975, há alguns dados curiosos. O PS com Mário Soares oscilou entre os 27,43% (1979) e os 37,86% (1975), tendo batido no fundo com 20,82% em 1985, liderado pelo soarista Almeida Santos, incapaz de resistir à ascensão de Cavaco e ao ?tsunami? PRD. Aquele que foi a pessoa mais competente a liderar o PS, Vítor Constâncio, não conseguiu ir além de 22,30% (1987). Guterres conseguiu o melhor resultado do PS em Legislativas (44% em 1999) e Ferro Rodrigues, considerado o líder mais fraco de sempre, consegue igualar o melhor de Soares, com uns honrosíssimos 37,84% em 2002.

Quanto ao PSD, atingiu um pico superior de 50,43% em 1991 com Cavaco e um pico inferior em 1976 com? Sá Carneiro! Este, mesmo nos tempos áureos da AD (45,53% em 1980), não conseguiu atingir o nível das 2 maiorias absolutas de Cavaco. No refluxo do ?cavaquismo?, Nogueira resiste razoavelmente com 34% (1995), Barroso faz pior em 1999 (32,3%), mas melhora em 2002 (40,2%).

No CDS, Freitas consegue o melhor (15,89% em 1976) e o pior no auge do cavaquismo (4,38% em 1991) depois de um longo declínio que começou com Lucas Pires (12,38% em 1983 e 9,74% em 1985) e continuou com Adriano Moreira (4,34% em 1987). A dupla Monteiro/Portas consegue o ?renascimento? em 1995 (9,09%) e Portas sozinho consegue minimizar perdas em 1999 (8,38% e 2002 (8,75%).

O PCP/CDU atingiu o pico em 1979 com quase 19%, ainda na era Cunhal. A partir de então tem sido um deslizar que culminou em 2002 com menos de 7%. Estas são as primeiras eleições de Jerónimo e pode acontecer hoje uma inflexão da tendência.