Ouvi o debate na A1. Não tive a sorte de poder acompanhá-lo na poltrona, ligado ao Blasfémias. Ainda assim, ouvir um debate na Rádio tem as suas curiosidades.
Desde logo, não vi que a luzinha do PSL não acendia. A desculpa do Rodrigo Guedes de Carvalho foi fantástica: o sistema é novo; está em testes. Mas, em testes para quê. Não ia haver só um debate?
Uns quilómetros mais adiante, apercebi-me que, por mais que se tente americanizar a discussão, rapidamente o espírito português vem ao de cima. Ao princípio, pensei que eram as interferências das rádios locais de pendor religioso - com um certo sotaque brasileiro - que normalmente ocorrem entre Santarém e Leiria; mas não: os homens interrompem-se sistematicamente.
Quando passava em Fátima, benzi-me: discutiam casamentos homosexuais, eutanásia, clonagem, entre outras questões éticas: realmente, discutir défice quando algures no Alentejo já se podem clonar avestruzes ...
Depois aprendi que pode haver crescimento económico e inovação colocando jovens estagiários nas empresas, pagos pelo Estado: o PS subsidia por inteiro; o PSD apenas em 75%.
Pelo meio, discutiu-se lixo e co-incineração. Curioso, passava ao largo de Estarreja.
Cheguei ao Porto. Trezentos quilómetros depois: paguei 17,10 euros de portagem; gastei quatro contos de diesel, o que significam aí uns treze euros de impostos (petrolíferos e IVA).
Afinal, não há debates grátis. E até não ficou caro. Se pensarmos que foi o primeiro debate à americana.