2.2.05

Declaração de interesses...políticos.

Como eleitor, NÃO TENHO qualquer interesse na vida privada dos políticos que agora se candidatam e que se vão sujeitar a escrutíneo em 20 de Fevereiro.
Não só por uma questão de respeito pela liberdade individual e pela autonomia privada de cada um (muito importante!), como, também, pelo facto de, a avaliar pelas respectivas "caras e perfis", julgar poder intuir que as respectivas vidas privadas devem ser muito desinteressantes... Assim, politicamente e como eleitor, não acho que tenha, em princípio, qualquer relevância, saber-se se A dorme com B; quantos filhos tem C; quem é homossexual e vive com D; se E gosta de passar as noites na Kapital, bem ou mal acompanhado; quais os hábitos alimentares de F; etc., etc.!

No entanto, como todas as regras têm uma excepção que as confirmam, admito poder vir a interessar-me pela vida privada de algum/alguns políticos:neste caso, sempre que opções de vida privada - designadamente, filiação e pertença a certos grupos e organizações que habitualmente também agem (para além dos seus fins estatutários e/ou ideais) como grupos de pressão e de interesses - possam, porventura, condicionar, as opções e decisões políticas desses mesmos políticos! Exemplo: mal ou bem, ilegitima e pouco democraticamente ou não (não é isso que agora pretendo discutir!), foi isso mesmo que pensou uma parte (pelos vistos, maioritária) de deputados ao Parlamento Europeu, no "caso" Rocco Buttiglione....

P.S. - Não, com esta excepção até nem estou a pensar (principalmente) em casos de "cama" e de fé! Preocupa-me mais, por exemplo, saber que determinado político teve opções de investimentos privados em determinados terrenos que, mais tarde e, porventura, sob a tutela do partido desse mesmo político, vão ser objecto de decisões de Estado, como, por exemplo, construir-se ou não, naquele local, um novo aeroporto, licenciar-se um determinado empreendimento turísitico de luxo, etc., etc...