13.2.05

O eterno delfim?


  1. Ele foi educado para um dia ser 1º ministro, porventura com a bênção do seu padrinho, Marcello Caetano;
  2. Viu nascer a 3ª República e foi dos que ajudou ao parto constituinte;
  3. Criou em Portugal um estilo de análise política muito peculiar, baseada em virtualidades e em ficções, a que deu o nome pomposo de factos políticos;
  4. Reconhece que adora uma boa intriga política, mas assegura quem o conhece que é capaz de urdir as maiores, para o que combina como poucos brilhantismo e perfídia;
  5. Tuteia os protagonistas do regime, sendo por estes unanimemente elogiado em público, temido em privado, odiado em surdina;
  6. Há muito que ganhou dotes de excelente manipulador e nem Soares lhe resistiu, tendo ficado nos anais a sua rocambolesca retirada de apoio à recandidatura de Eanes em 1980, depois de ter sido confrangedoramente ridicularizado por uma das tais análises;
  7. Como líder do PSD, não conseguiu guindar-se ao Olimpo dos "imortais" Sá Carneiro e Cavaco que, curiosamente, sempre o ignoraram;
  8. Desde então, terá desistido do desígnio primo-ministerial e terá começado a sonhar com Belém e num despique com o seu amigo Guterres, abençoado aquele pelo confessor (de ambos) Melícias;
  9. Ao longo dos últimos anos e, enquanto "entertainer" televisivo, foi juntando o útil (a conquista da necessária notoriedade) ao agradável (as farpas em todas as direcções);
  10. Consta que vários jornais não abdicam de o ter como "fonte bem informada" e que vem "fazendo" há vários anos a primeira, a segunda e a última página do Expresso.