Nestas eleições há um partido que não vai a votos: o PSD. Alguns membros do partido concorrem como independentes nas listas do PPD-PSL. Outros ficam de fora e minam como podem o PPD-PSL. Outros ainda desejam abertamente a derrota do PPD-PSL e a vitória do maior rival, o PS.
Não se percebe quais são as grandes questões nacionais que dividem o PSD do PPD-PSL. Pensa-se que em tempos, o PSD e o PPD-PSL eram o mesmo partido. Parece que a cisão se deveu a estados de alma e embirrações pessoais. Mas há quem afirme que o PSD e o PPD-PSL nunca foram o mesmo partido. Há quem diga que o PSD era uma facção do grande partido do centro, o Bloco Central. Se esta teoria estiver certa, o mais provável é que os actuais membros do PSD acabem por aderir ao PS. Alguns dos seus membros já fazem o jogo do PS e as divergências ideológicas e de interesses não são muitas. Se o Bloco Central se consolidar de novo num só partido, a cisão entre o PPD-PSL e o PSD acabará por ter um efeito clarificador na política nacional.
Diz-se que em tempos, o PPD-PSL e o PSD estiveram coligados num grande partido liderados por um grande homem que dizia que primeiro estavam os interesses do país e só depois os interesses do partido. Mas um dia, o grande líder morreu, e a lição foi esquecida. Hoje em dia, os interesses do PSD são considerados muito mais importantes que os interesses do país ao ponto de os seus militantes acharem mais importante a derrota do PPD-PSL do que a vitória das melhores ideias para o país.
Os membros do PSD que desejam ardentemente a derrota do PPD-PSL estão convencidos que depois das eleições poderão derrotar o odiado líder do PPD-PSL e refundar o PPD-PSD. É uma conjectura interessante. Infelizmente, o PSD é a facção elitista do PPD-PSD e os seus membros mais proeminentes não estão para se chatear com eleições internas, reúniões com concelhias e distritais e financiamentos partidários duvidosos.
