20.2.05

PROFUNDA DISCORDÂNCIA

Com o João Miranda, por causa de uma breve passagem do seu excelente, como sempre, artigo de hoje no Domingo Liberal.
Diz o João, depois de discorrer sensata e longamente sobre o direito à discriminação laboral em função das capacidades demonstradas por cada sexo para cada tipo específico de trabalho, que actualmente «os homens acabam por estar mais disponíveis para trabalhar».
Erro, meu caro!
Os homens perderam essa capacidade há algumas décadas, quando as mulheres a conquistaram, aplicando-se notavelmente nas suas carreiras académicas e profissionais, tendo merecidamente ocupado o espaço que era outrora nosso. Basta ires, por exemplo, aos tribunais (sobretudo, por enquanto, os de primeira instância) ou às universidades, para constatares que a nossa espécie está em risco de extinção. O que é um facto, é que as mulheres, nos últimos trinta, quarenta anos, aproveitaram o espaço que foram conquistando, e impuseram-se como profissionais brilhantes e trabalhadoras incansáveis. Qualquer empregador consciente sabe isso e prefere, de longe, uma empresa cheia de mulheres, do que ter um grupo de amigos a discutir política e futebol.
Contudo, as coisas já não são exactamente assim. Nestes anos mais recentes e nos que aí vêm, é aos «terceiros sexos» que cabe e vai caber cada vez mais, o estatuto de liderança. Para nós, reles e simples homens, não nos vai tocar nada tão cedo. Lá para depois de 2050, quando provavelmente já por cá não andarmos, talvez haja um reajustamento de mercado e a nossa procura volte a subir. Quem sabe?