4.11.06

Entre dois meios para o mesmo fim, opta-se sempre pelo mais intervencionista.

Bem visto:

«(...) O Governo poderia, de facto, ter acabado com esta situação abusiva [arredondamento das taxas de juro], sem ter de produzir qualquer proposta de lei, decreto ou portaria. Bastava apenas que como "dono" da CGD obrigasse o seu banco a deixar de ser um dos que mais abusavam desta situação. A Caixa Geral de Depósitos, líder de mercado no crédito à habitação, arredondava a taxa de juro a um quarto de ponto percentual. Se o deixasse de fazer cumpriria uma das poucas funções que tem para justificar que se mantenha nas "mãos" do Estado: funcionar como elemento de regulação do mercado bancário. O que fariam o BCP, o BES, o Totta e todas as restantes instituições financeiras que oferecem crédito à habitação em Portugal se o líder de mercado não abusasse dos arredondamentos das taxas de juro? Deixar-se-iam ficar na mesma e arriscavam perder os seus clientes? Não parece.
Não foi esta, no entanto, a opção do Governo. (...)»
Vitor Costa, no Público