O Editorial (não assinado) de hoje do DN é muito engraçado.
É mesmo um caso sintomático de como o processo político/mediático funciona nos dias de hoje.
O tema do editorialista é a manutenção da alta popularidade do governo, apesar da ocorrência de polémicas recentes. «Nem as gafes perturbam popularidade do Governo» é o título da peça. E de seguida referem-se as ditas gaffes, começando pelas de Manuel Pinho (dia 21), a censura na DREN (dia 19) e Mário Lino (dia 24).
Na profundidade de análise, certamente pressionado pela hora de fecho da edição, conclui: «Por enquanto, como demonstra o Barómetro que o DN hoje publica, são nulas as consequências destes deslizes de comunicação na popularidade do Governo.».
Correctíssimo. Aliás se o editorialista do DN tivesse lido a ficha técnica do barómetro publicado no seu próprio jornal, poderia descobrir com facilidade a razão de tal nulidade de efeito: «"O Barómetro foi elaborado pela Marktest para a TSF e para o Diário de Notícias entre 15 e 18 de Maio de 2007."».