a fernanda bateu-me

respondo-lhe numa rapidinha.

"o jcd veio em socorro do joão miranda (é lindo, lá isso não se pode negar),"

foi. o joão ficou tão atordoado com a contundência da sua resposta que me rogou auxílio.

"com passagem pelo site do centre for disease control. eu adoro inglês e all things anglófonas,"

eu também. desde que aprendi inglês técnico que não largo os sites dos americanos

"mas a questão é sempre a mesma. o que o jcd está a defender é um critério estatístico."

pois é. toda a gente sabe que a estatística não serve para nada, mas eu tenho esta deformação profissional.###

"logo, excluem-se os homossexuais masculinos, independentemente dos seus comportamentos de risco, estabelecendo uma equivalência entre ser homossexual masculino e ter comportamentos de risco."

não há nenhum cartão com rótulo. há um pedido. cada um é que se auto-exclui, em consciência.

"mas ou o jcd não leu com atenção ou sou eu que sou uma trapalhona a explicar-me."

a fernanda explica bem e li com atenção, mas não concordo consigo.

"pode por exemplo investigar o que diz sobre esta matéria..."

há sempre opiniões para todos os gostos. noto que desta vez a fernanda não foi buscar a do tiago.

"é que, jcd, os números que encontrou no cdc não só dizem respeito aos eua como, parece-me, têm um problema grave de apreciação: são números acumulados."

tem razão. os do ano dão 48% em vez de 55%. não muda grande coisa. suponho que isso quer dizer que, para a fernanda, a medida é justificável nos eua mas não em portugal.

"por outro lado, em portugal, o que os números dão a ver é um total acumulado de infecções e de doentes de sida em que a maioria, em termos de via de transmissão, pertence ainda aos utilizadores de drogas pior via endovenosa."

...que também são aconselhados a não doar sangue. julgo que a fernanda achará isto escandaloso e discriminatório.

"a defesa da segurança transfusional. e, mais importante ainda, a consciencialização do que efectivamente constitui risco em termos de infecção de hiv."

não fernanda. a fernanda é que atribui a uma questão puramente técnica e de segurança um preconceito. essa atitude parece-me bastante preconceituosa. coloco-lhe a pergunta desta maneira. se se demonstrar que o pedido de exclusão dos homossexuais das doações de sangue diminui o número de contagiados, uma pessoa que seja, a fernanda concordaria com a medida?