Como regionalista convicto, considero a figura política de Alberto João Jardim como uma das mais perniciosas que entre nós existem:
1. Jardim é um produto perfeito do centralismo - i.e., sobrevive num caldo de cultura em que as relações entre os poderes e as instituições vivem das vicissitudes da conjuntura, dos favores políticos, dos compadrios partidários, das chantagens de corredor, de braços-de-ferro mediáticos, mas nunca, nunca, da equidade presente na Lei;
2. Já fiz dezenas de debates pela regionalização em ambientes muito diversos e de norte a sul do país - indubitavelmente, constatei que Jardim é a melhor imagem política contra a descentralização na mente de quase toda a gente;
3. A imagem roncante de Jardim é mesmo capaz de atemorizar qualquer regionalista mais desprevenido levando-o ao engano cauteloso de pensar que, afinal, o centralismo não é assim tão mau - os centralistas sabem muito bem disso e, nesse sentido, usam-no até mais não poder para manterem o status quo;
4. Jardim, é certo, diz algumas verdades, denuncia vícios e tiques do regime - mas ao fazê-lo como o faz, sobretudo pelas intenções sempre interesseiras e pedinchonas, desconsidera essas denúncias, retira-lhes credibilidade;
5. Atentos e oportunistas, os centralistas agradecem…