9.5.07

É melhor não ir por aí

Ou o governo deixa de ser PS ou Vital Moreira vai acabar completamente desnorteado à força de nos querer provar que não existe outra alternativa às decisões governamentais. O caso da OTA é exemplar desta espécie de doença.

No Causa Nossa, Vital Moreira começa por se indignar :
A insensibilidade de certos engenheiros -- ainda por cima o bastonário da Ordem - em relação aos constrangimentos ambientais que militam contra a localização do novo aeroporto de Lisboa a sul do Tejo só desqualifica quem a exibe com tanta suficiência.
Ora o contrário também é válido: os defensores da opção OTA também valorizam ou desvalorizam outros argumentos que podem ser tão importantes quanto aquilo que Vital Moreira designa como "constrangimentos ambientais".


Em seguida Vital Moreira discute o papel dos engenheiros:
Ainda bem que a escolha da localização das infra-estruturas públicas é determinada por "critérios políticos", tendo em conta a sua contribuição para o ordenamento do território, o desenvolvimento económico e o bem-estar social. O papel dos engenheiros, enquanto tais (pois que enquanto cidadãos têm todo o direito de opinião), só pode ser o de validar tecnicamente os projectos e... executá-los.
É suposto que ao apoiarem ou criticarem uma determinada obra os engenheiros façam de conta que não são engenheiros? Que não usem o que aprenderam na faculdade quando dão a sua opinião sobre uma obra? Então baseiam-se em quê?

Por fim Vital chega ao cerne da sua preocupação:
O activismo de tantos engenheiros, nessa qualidade, no lobby a favor de outra localização para o aeroporto não tem cabimento. Um aeroporto é uma obra demasiado importante para ser decidida por engenheiros...
E no lobby a favor da OTA os engenheiros já podem estar activos? Aí já tem cabimento?