12.10.07

Fábricas de medíocres *

Nas directas do PSD, vinte mil militantes apenas escolheram um provável futuro primeiro-ministro. Menos de um por cento da população designa, em eleições primárias, quem pode vir a dirigir os destinos do país. Já assim tinha sido no PS, na aclamação interna de Sócrates. Os militantes partidários transformaram-se nos grandes accionistas da democracia portuguesa.
Mas há ainda pior: as juventudes partidárias, hoje sem expressão nos liceus e universidades, possuem, no entanto, uma relevância enorme nos aparelhos. Aliás, é dessa triste colheita que se fazem grande parte dos dirigentes de topo dos partidos e, por afinidade, do Governo e da Administração. Gente que vagueia nas assessorias, nos gabinetes do poder, sem nunca ter trabalhado, sem se cultivar, sem qualquer preparação.
Olhem bem para eles no Congresso que agora começa: são os ministros de amanhã…


* Publicado no Correio da Manhã