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- Por exemplo?
- Dou-lhe um exemplo. As pessoas têm cada vez mais uma maior esperança de vida, logo há um maior número de idosos. Esta situação gera problemas de gestão familiar por vezes muito difíceis. Os partidos têm de estar abertos a isso. Nós temos cada vez mais jovens casais que têm problemas de natalidade. Temos de caminhar cada vez mais para o part-time e as condições de trabalho e de apoio a essas jovens famílias.
- Os subsídios à maternidade instituídos pelo Governo não são um passo para resolver esse problema?
- É um passo curto. Eu acho que se tem de ir naturalmente mais longe. As políticas de natalidade não podem ser vistas apenas e somente no plano financeiro. São transversais. Temos de criar um conjunto de condições para que seja possível fazer crescer a natalidade.
Diogo Feio parece alternar entre um Estado com políticas de natalidade e um Estado sem políticas económicas:
- Hoje está nos 8,3 por cento, maior do que em Espanha.
- É verdade. Hoje temos o desemprego em 8,3 por cento. Hoje temos mais desemprego do que em Espanha, hoje estamos claramente acima da média da zona euro e da União Europeia. Isto não sucedia em Portugal há uns anos. Mas para alterar esta situação temos de mudar de modelo. E tal como não é o Estado o motor do crescimento da economia, o motor são as empresas, também são as empresas que vão conseguir resolver o problema do desemprego. Mas para isso não é possível continuar numa estratégia de um primeiro-ministro que acredita que resolve os problemas do investimento jantando com investidores. Não é assim que as questões se resolvem. Tem que se deixar a sociedade em geral respirar mais do que está a respirar em Portugal neste momento.
Estou convencido que uma sociedade que consiga produzir riqueza sem orientação do Estado não precisará de incentivos para se reproduzir.