Até por uma razão: num sistema de vouchers, numa escola de capacidade para 1000 estudantes, 2500 querem frequentá-la, por hipótese.
Quais acham mesmo que iriam ser os critérios de escolha ? Alguém acredita no Pai Natal ?
Actualmente no ensino púbico o critério é a zona de residência. No ensino privado é capacidade de pagar propinas. Qualquer análise do cheque-ensino terá que partir desta realidade. Realidade que os defensores da escola pública teimam em ignorar. O sistema actual já é discriminatório. Tudo o que eles criticam no cheque ensino já existe e é o que eles defendem.
Antevejo desde já 3 mudanças com a introdução do cheque-ensino:
1. No sistema público a zona residencial deixará de ser critério.
2. Nas escolas privadas, os mais pobres passarão a ter um instrumento financeiro que não tinham, logo a capacidade de pagar propinas perderá a importância que hoje tem como critério de selecção.
3. Se a procura por uma escola exceder a oferta, abrirá uma nova escola com as característica da escola mais procurada. É um mecanismo económico simples que os opositores ao cheque-ensino teimam em ignorar. Para o opositores do cheque-ensino o mercado é estático e não reage a incentivos.