5.6.04

AVISO SÉRIO DE UM CIDADÃO DESESPERADO

Gosto do Porto como de nenhum outro lugar no mundo, mas, por vezes suspeito que quem dirige os destinos desta cidade (e da região) quer pôr toda a gente daqui para fora, i. é a viver bem longe destas paragens.

Não estive 2 horas no trânsito, como disse o rui a., mas estive 1.25h parado na VCI, a partir das 22.15h.

Tinha de levar uns papeis a casa de amigo. Como era sexta-feira, prudentemente (julgava eu), disse-lhe que só saía depois das 22h de casa por causa do trânsito. Mal entrei no carro reparei que, embora fosse noite, o volume de automóveis assemelhava-se ao das 17h.

Como toda a gente, pensei que era o frenesim das inaugurações das estações de Metro marcadas para amanhã. Quando entrei na VCI tudo piorou. Parado. Cheguei a desligar o carro.

Não é a primeira vez que isto acontece nos últimos tempos. Há uma semana, na véspera da inauguração do novo Nó de Francos também cortaram o trânsito sem aviso para conseguirem acabar as obras (a propósito, o novo Nó, embora trouxesse melhorias para quem segue no eixo Arrábida/Freixo, é muito pior do que o antigo para quem quer entrar na Sidónio Pais para a 5 de Outubro - o túnel panorâmico que lá fizeram está sempre inundado de carros à espera que um malfadado semáforo dê uma fugaz luz verde).

O Dr. Rui Rio, se não é o responsável directo pelas obras, tem o dever de as controlar e não permitir que estas se façam à toa, umas em cima das outras sem qualquer réstea de respeito pelo cidadão.

O Dr. Rui Rio, tal como os seus antecessores, anda a dizer que depois destas obras tudo ficará melhor - mas eu já ouço essa canção há 15 anos e obras, após obras e depois de mais obras, tudo está muito pior.
Um cidadão já nem consegue sair de casa depois da 22h para fazer seja o que fôr sem ficar atolado no mar das promessas mal cumpridas...

Ele que se lembre que foi exactamente este tipo de comportamentos de Gomes, Cardoso e da Porto 2001 de má memória, que o guindou a Presidente da Câmara.
Ele que não se esqueça que o voto na sua lista foi de revolta e de protesto contra um passado que cada vez mais é igual ao seu presente.
Ele que esteja bem ciente que quem (sobre)vive todos os dias no Porto não vai perdoar o modo displicente como o actual Presidente encara este estado de coisas, parecendo um reflexo mimético daqueles que o antecederam...