Gosto do Porto como de nenhum outro lugar no mundo, mas, por vezes suspeito que quem dirige os destinos desta cidade (e da região) quer pôr toda a gente daqui para fora, i. é a viver bem longe destas paragens.
Não estive 2 horas no trânsito, como disse o rui a., mas estive 1.25h parado na VCI, a partir das 22.15h.
Tinha de levar uns papeis a casa de amigo. Como era sexta-feira, prudentemente (julgava eu), disse-lhe que só saía depois das 22h de casa por causa do trânsito. Mal entrei no carro reparei que, embora fosse noite, o volume de automóveis assemelhava-se ao das 17h.
Como toda a gente, pensei que era o frenesim das inaugurações das estações de Metro marcadas para amanhã. Quando entrei na VCI tudo piorou. Parado. Cheguei a desligar o carro.
Não é a primeira vez que isto acontece nos últimos tempos. Há uma semana, na véspera da inauguração do novo Nó de Francos também cortaram o trânsito sem aviso para conseguirem acabar as obras (a propósito, o novo Nó, embora trouxesse melhorias para quem segue no eixo Arrábida/Freixo, é muito pior do que o antigo para quem quer entrar na Sidónio Pais para a 5 de Outubro - o túnel panorâmico que lá fizeram está sempre inundado de carros à espera que um malfadado semáforo dê uma fugaz luz verde).
O Dr. Rui Rio, se não é o responsável directo pelas obras, tem o dever de as controlar e não permitir que estas se façam à toa, umas em cima das outras sem qualquer réstea de respeito pelo cidadão.
O Dr. Rui Rio, tal como os seus antecessores, anda a dizer que depois destas obras tudo ficará melhor - mas eu já ouço essa canção há 15 anos e obras, após obras e depois de mais obras, tudo está muito pior.
Um cidadão já nem consegue sair de casa depois da 22h para fazer seja o que fôr sem ficar atolado no mar das promessas mal cumpridas...
Ele que se lembre que foi exactamente este tipo de comportamentos de Gomes, Cardoso e da Porto 2001 de má memória, que o guindou a Presidente da Câmara.
Ele que não se esqueça que o voto na sua lista foi de revolta e de protesto contra um passado que cada vez mais é igual ao seu presente.
Ele que esteja bem ciente que quem (sobre)vive todos os dias no Porto não vai perdoar o modo displicente como o actual Presidente encara este estado de coisas, parecendo um reflexo mimético daqueles que o antecederam...