O governante bem pensante tem que defender cultura, a natureza, os mais desfavorecidos, o interesse nacional e o Protocolo de Quioto.
A cultura tem que estar acima do lucro.
As gravuras do Côa são cultura e não sabem nadar.
As gravuras, que sobreviveram 20 mil anos, não podem ficar debaixo de água mais 50.
Salva-se as gravuras. Cancela-se a barragem.
Mas, ai jesus, o Protocolo de Quioto.
Taxa-se as gasolinas, proíbe-se o automóvel.
Mas, alguém nos acuda que não se pode. Sem energia, não há desenvolvimento e sem desenvolvimento quem é que vai acudir os mais desfavorecidos. E sem gasolina não há votos.
Taxa-se a electricidade.
Mas, ai meu Deus, o desenvolvimento, a EDP e o interesse nacional e a concorrência espanhola.
Resultado: Barragem no Sabor.
Parece que o Sabor é o último grande rio selvagem de Portugal. A flora do Sabor também não sabe nadar.