25.6.04

GOLPES, FUGA, TRUQUES E OPORTUNISTAS

Um mau primeiro-ministro está em vias de ser nomeado para o cargo mais importante da União Europeia. Não por qualquer característica ou qualidade especial - mas pela simples razão de que nenhum dos candidatos "normais" está em condições de assumir essa candidatura. O que diz muito desta União Europeia (e não estou a apelar ao advento de "homens providenciais").

Não quero significar que Durão vá necessariamente fazer má figura - depois de Prodi só alguém ao nível de um Jorge Sampaio poderia fazer pior. Mas não pode deixar de causar grandes perplexidades tantas recusas para um cargo desta dimensão, bem como a "solução Durão" ter surgido no meio do restolho, como um recurso achado depois da hora.

Quanto às notícias da tentativa de colocar Santana Lopes (ou mesmo Manuela Ferreira Leite) a primeiro-ministro sem eleições:

1. É um golpe palaciano.
2. Fugir dos problemas que não se conseguem resolver e deixar o país nas mãos de um populista sem escrúpulos como Santana é absolutamente miserável.
3. A fuga de Durão confirma um desinteresse absoluto pelo país.
4. A fuga de Durão revela a janela de oportunidade desse perito em "oportunidades" para se colocar a milhas dos problemas que agravou e criou.
5. A fuga de Durão consegue deixar uma recordação suave da "nega" de Guterres em situação idêntica.

Esta gente não merece governar Portugal - durante 2 anos e meio estiveram a pedir sacrifícios aos portugueses, disseram que queriam rigor, seriedade e contenção. Para inopinadamente abandonarem este incerto barco por um lugar mais aprazível e nos deixarem com Santanas e quejandos.

Esta lamentável geração de políticos da coligação têm que perder as próximas eleições e ficarem afastados do poder na próxima década. Pelo menos.