De acordo com o Público de hoje, Durão Barroso tem vindo a gerir as expectativas comunitárias sobre a sua candidatura à Presidência da Comissão Europeia, para ganhar poder negocial na União. Segundo o mesmo jornal, com esta habilidosa táctica, o Primeiro-Ministro poderá conseguir uma pasta importante para o nosso próximo Comissário e o reforço dos fundos estruturais que caberão a Portugal. É claro que, no fim disto tudo, o Dr. Barroso mandará a Comissão às malvas, hipótese que verdadeiramente nunca encarou com seriedade.
Não me parece que uma tão fina e maquiavélica estratégia política possa ter por fim agradar aos europeus e sacar-lhes vantagens negociais. Até, talvez, o resultado fosse o inverso, se e quando os tão empenhados promotores da candidatura de Durão constatassem que, afinal, tinham sido vítimas de um vistoso passe de capote.
Agora, para efeitos internos, isto é, para a rapaziada do PSD que se prepara para fazer exigências e bater o pé ao seu líder, depois do que aconteceu nas eleições europeias, a estratégia já deve chegar. Afinal, a questão não deve ter a dimensão internacional que o Público lhe atribui, limitando-se ao foro interno.
