23.6.04

SÃO JOÃO

Não há festa nem noite como a do São João.
A melhor festa do mundo! Sem exagero!
A mais democrática, pois que as pessoas não tem "condição" ao andar pela rua metendo-se umas com as outras.
A mais fácil de compreender pois não se ?faz? nada. Simplesmente, anda-se de um lado para o outro e rimo-nos uns para os outros, falamos, metemo-nos com quem passa, manda-se e recebe-se umas bocas. E isto durante horas.
Todos os adereços (fogos de artifício, os arraiais dançantes, as barraquinhas, os martelinhos, os alhos porros, as farturas, a cerveja), podem ser agradáveis e importantes, mas não são essenciais. Não fazem a festa. As pessoas sim.

Quando era mais nova, simplesmente subia-se a rua da Boavista, até à Praça da República, descia-se Sá da Bandeira, subia-se Santo António, seguia-se até às Fontaínhas, depois sempre a descer até à Ribeira (onde se dançava uma horita no bailarico de Miragaia), e por fim pela marginal até à Foz, onde ao final da madrugada se ia até às padarias comprar pão quente e tentar tomar um café.

Nunca fui do género nostálgica. Até é coisa que me irrita. Mas tendo vivido fora alguns sãojoões, posso dizer que me custou sempre imenso passar esta noite longe do Porto. É a noite em que me sinto verdadeira e genéticamente portuense. Amo esta festa.