A não perder a entrevista de Alain Minc, na edição de hoje de o "Público".
Há muito que este ensaísta francês, de origem polaca (que é também engenheiro de minas, jornalista, administrador de empresas, consultor económico e político, etc., etc.) suscita ódios e paixões no panorama intelectual europeu. De um modo geral, a sua defesa sui generis e "actualista" do capitalismo e do liberalismo, a defesa das vantagens da globalização ("La mondialisation Heureuse"), tornou-o particularmente irritante (e odioso) aos olhos da velha esquerda "soixante-huitiard".
Por outro lado, a sua cosmovisão liberal actualista e nada determinista acaba também por o tornar, por vezes e de certa forma, um pouco incómodo, em certos círculos e facções da intelectualidade liberal (mais ortodoxa).
Exemplo? Esta passagem relativa a um tema que, há poucos dias atrás, foi tratado e discutido, de forma saudavelmente divergente, aqui, no Blasfémias:
"Não vejo a China como inimigo do Ocidente mas também não partilho o velho sonho liberal segundo o qual o mercado gera a democracia. Penso que o capitalismo funciona bem quando o mercado tem contrapoderes e esses contrapoderes existem quando a democracia preexiste ao capitalismo"