Os nossos keynesianos têm passado os últimos meses a defender o estímulo da economia através de um discurso da confiança.
Friedrich Hayek explica aqui e aqui porque é que esta medida tem efeitos contrários aos desejados.
Um pequeno resumo:
1. O problema económico mais importante e ao mesmo tempo mais difícil de resolver é o problema do conhecimento;
2. A informação relevante para resolver problemas económicos está dispersa por toda a sociedade;
3. As estatísticas macroeconómicas censuram grande parte da informação relevante;
4. O governo não tem capacidade para adquirir ou processar toda a informação relevante;
5. A economia de mercado é um enorme processador de informação. Grande parte da actividade económica consiste na manipulação de informação e produção de conhecimento;
6. Das duas uma, ou existem razões para a confiança, ou não existem;
7. Quem está em posição para avaliar as razões para a confiança são os agentes económicos, cada um por si;
8. As razões para a confiança dependem das condições locais de cada agente;
9. Um governo não consegue avaliar as razões para a confiança de todos os agentes. Os governos trabalham com médias;
10. O discurso da confiança induz a maior parte dos agentes económicos a tomar decisões erradas dado que as condições locais nunca coincidem com a visão que o governo tem da realidade;
11. Se o governo tem um discurso da confiança quando não existem razões para tal, os agentes económicos são induzidos a tomar decisões erradas;
12. Se o governo tem um discurso da confiança quando existem razões para tal, então esse discurso é redundante porque os agentes económicos já sabem disso.
13. Os agentes económicos estão mais motivados para avaliar correctamente a informação do que o governo;
14. Os agentes políticos sobrevalorizam o valor dos discursos e das ilusões;
15. Quando o discurso da confiança é uma ilusão, o governo dificulta o processamento de informação pelo mercado obrigando os agentes a um esforço redrobado para analisar informação e produzir conhecimento de qualidade.
*Republicado a propósito do discurso da confiança do Engº Sócrates. Originalmente publicado no blog Liberdade de Expressão