Muitos ambientalistas perceberam, intuitivamente, que a razão e o pensamento crítico podem não ser bons aliados da sua causa. É por isso que os movimentos ambientalistas se foram afastando progressivamente das suas origens cientificas e se parecem cada vez mais com religiões. A vantagem das religiões antigas é que elas se foram adaptando ao longo dos séculos às necessidades de longo prazo das sociedades humanas e os seus dogmas eram compatíveis com a preservação dos commons. O problema da nova religião ambientalista é que os seus dogmas, recentemente inventados, muitas vezes sem suporte científico e em constante mutação, só por acaso é que preservam os commons. Na maior parte dos casos promovem a hipocrisia e o alarmismo fazendo mais mal que bem. Para piorar a situação, a nova religião ambientalista está já a contaminar a ciência e o jornalismo. As formas tradicionais de fazer ciência e jornalismo, baseadas no rigor e na objectividade, continuam a ser os melhores antídotos contra esta nova religião, mas temo que ela já se encontre demasiado espalhada.
(continua)