Segundo a última sondagem da Universidade Católica divulgada (ainda hoje) pelo Público (e Antena 1 e Rádio Renascença), o PS obterá a maioria absoluta, nas eleições do próximo domingo, com uma previsão de 46 por cento de votos e consequente eleição de 118 a 124 deputados.
Por outro lado e ainda segundo a mesma sondagem, o PSD terá 31 por cento dos votos (80 a 84 deputados), a CDU sete por cento (oito a 12 deputados), o Bloco de Esquerda também sete por cento (oito a 12 deputados) e o CDS/PP seis por cento (seis a dez deputados).
A confirmarem-se estes resultados - e, apesar de todas as reservas e de todo o "histórico" de enganos que têm caracterizado a actividade sondagísitica nacional - o facto é que se podem, desde já, hipotetizar algumas conclusões que enquadrem as seguintes verificações:
-toda a esquerda cresce - incluindo a própria CDU;
-PSD e CDS/PP descem - um (PSD) mais significativamente do que o outro (CDS-PP);
Assim, parce evidente que o "voto útil" existirá e far-se-á sentir, sobretudo, penalizando os partidos da coligação, já que todos os partidos de esquerda sobem a respectiva votação;
Além disso e ao contrário do que se poderia esperar, o partido mais penalizado com o "voto útil", em termos relativos e comparando os últimos resultados legislativos, é o CDS/PP! Logo, o denominado centro (democrático, cristão e social que tudo significa) não fideliza eleitores - para além do número mínimo dos que votam sempre no mesmo partido (fenómeno da futebolização partidária).
A não ser que, de um modo geral, haja cada vez mais pessoas que se estão literalmente a borrifar para a actividade política, pretendendo ter com ela apenas o contacto mínimo de votar para sancionar (positiva ou negativamente) quem governou (HIPÓTESE MUITO VEROSÍMIL) - haverá, então, necessariamente, espaço à direita do PSD para uma formação política-partidária de cunho e com uma identidade ideológica, diría, com um discurso e uma cosmovisão políticas estruturadamente ideológicas. Na minha opinião - a confirmarem-se estas previsões e este resultado do CDS/PP e partindo do princípio de que o PSD, apesar de tudo, não implode, fragmentando-se - esse espaço que parece desocupado só poderá corresponder a uma formação partidária de cunho marcadamente liberal....