4.2.05

A Ressaca

O resultado do debate de ontem foi, obviamente, um empate técnico. Não houve KO nem sequer vitória por pontos. Santana, ao contrário do que se poderia esperar, ainda não arrumou as chuteiras, como escreveu o Rui Tavares, embora tivesse perdido algumas oprtunidades de golo. Não aproveitou, por exemplo, para atacar Jorge Sampaio quando Sócrates usou o argumento da dissolução do parlamento para demonstrar a incompetência do actual Governo.

Mas Sócrates podia e devia ter feito melhor, se quer, de facto, a maioria absoluta. Sócrates sabe que não é fácil bater Santana no jogo das palavras. Presumo que essa certeza ou intuição seja a causa próxima da recusa de mais debates a dois. E há (neste jogo) adversários mais temíveis. Com o modelo de ontem, Sócrates seria facilmente "esmagado" por Paulo Portas ou por Francisco Louçã.

O debate a cinco será diferente. Poderá servir para levantar o véu da única questão - habilmente evitada por Sócrates, apesar dos esforços de Santana para o entalar - que ficou ontem por responder: que fará o PS se vencer sem maioria absoluta (como prevejo, se não houver abanões sérios na campanha)?