Li no Intervenção Maia que as eleições de uma secção do PS-Maia se irão realizar no consultório médico de um dos candidatos. Tudo normal, aparentemente.
Recordou-me um episódio digno de um documentário do Canal Odisseia, quando, há alguns anos, para as eleições da distrital de Vila Real do CDS uma das mesas de voto concelhias acontecer, também, na residência de uma das candidatas. Esta, interpretando a democracia com um pendor assaz peculiar, resolveu só deixar votar as pessoas que julgava da sua tendência interna. E justificava: "Na minha casa mando eu e só entra quem eu quero"... (1)
Para além das ressonâncias camilianas (2) dos casos, convirá reflectir que a patente falta de condições democráticas no interior dos partidos contamina irremediavelmente o sistema geral. ###
(1) O sempre extremoso Conselho de Jurisdição de então decidiu, a propósito, que tudo estava dentro da normalidade democrática.
(2) "Camilianas" dos dois modos: por alusão a Camilo Castelo Branco e, claro, ao fantástico D. Camilo e o seu pequeno mundo...