20.4.07

«Uma democracia com decência»

Ricardo Costa no Diário Económico.

»O principal defeito de Pina Moura é não pensar antes de dar resposta aos convites que lhe dirigem. Foi isso que o fez cair em desgraça na política: aceitou ser ministro das Finanças e da Economia ao mesmo tempo e deixou de ser levado a sério; aceitou ser presidente da Iberdrola quando tinha sido ministro da Economia (e condicionado a EDP) e passou a ser olhado de forma suspeita; resolveu ficar sentado no Parlamento, onde não fazia nenhum, e deixou que as suspeitas crescessem. E agora aceitou ser presidente da Media Capital, o grupo de comunicação social com maior capitalização bolsista, dono de uma das duas licenças de televisão hertziana, numa altura em que o Governo é acusado de tentar controlar a comunicação social e quando está (mesmo) a criar um quadro legislativo e normativo que deixaria Estaline tranquilo.

(...)

Nem falo de José Lemos, que é do PS há mais tempo que Pina Moura, que foi duas vezes eleito deputado do PS, e que o acompanha para a administração depois de uma trapalhada gravíssima no CBI e na Caixa de Crédito Agrícola. Nem preciso de dizer que o homem forte da Prisa em Portugal, Miguel Gíl, foi secretário de Estado da Presidência de Felipe González e era o seu braço-direito durante muitos anos.»

(via)