3.5.07

As Contas da Assoft

"Entre 1994 e 2005, a utilização de "software" ilegal por empresas e particulares já levou o Estado a perder 91,5 milhões de euros em IVA que nunca chegou a entrar nos cofres públicos. A estimativa é da Associação Portuguesa de Software (ASSOFT), e, só em 2005 (último ano disponível), os números apontam para valores da ordem dos 17,47 milhões de IVA que ficou por cobrar."

Esta mania que a Assoft tem de fazer dos outros parvos já dura há muitos anos. A Assoft sugere que todos os programas piratas de todos os computadores da lusa pátria seriam programas legalmente adquiridos se não houvesse o fácil recurso à pirataria. Evidentemente que não é assim. As empresas e os particulares recorrem ao software ilegal porque é muito mais barato do que o legal. ###É quase de borla. Custa apenas um CD baratucho, o tempo de download ou nada, somado à estimativa que cada um faz do custo do risco de alguma vez ser apanhado. Esse risco é nulo na casa de cada um e muito baixo nas empresas. E se as versões gratuitas piratas não existissem, haveria sempre o recurso ao shareware, a outros programas mais baratos ou a ferramentas não informáticas.

Há outro erro nos argumentos com que a Assoft tenta convencer o estado a desviar recursos de outras áreas em favor dos seus associados. É que o dinheiro que o José não usou para comprar o Photoshop, usou para comprar livros, jantares, roupas, viagens, impressoras, couves, caviar, bonecas insufláveis, etc, etc. Ou então poupou. Logo, ou o estado não ficou sem o IVA, ou foi fomentada a poupança, que é como quem diz, o investimento. A Assoft que tenha cuidado com os argumentos que utiliza. É que a utilização de software copiado é ilegal mas não é nada óbvio que seja negativa para a economia nacional.