(republicação)
Quase tudo me afasta do ideário político de Helena Roseta. Mas o modo fingido, tortuoso, embuçado num formalismo deslocado e apressado, com que os partidos políticos do bloco-central-que-sempre-está quiseram fazer soçobrar a sua candidatura independente antes desta sequer existir, causou-me enorme repugnância. Eles julgam-se os donos exclusivos do sistema. Mesmo quando as circunstâncias os obrigam a abri-lo à sociedade que não crê que o exercício da cidadania tenha de ter o ferrete de um cartão partidário, os partidos tudo fazem para que esses direitos permaneçam vazios de sentido prático, inúteis. Só há uma forma de combater este suposto feudo dos partidos - lutar por candidaturas independentes onde quer que estas possam acontecer. Porque o melhor modo dos partidos políticos servirem a Democracia é a sociedade conseguir pô-los em sentido e nunca os deixar relaxar na sua crença despudorada do exclusivismo sempre impune.
Não sou de esquerda. Mas se estivesse recenseado em Lisboa, para defender as minhas ideias de uma sociedade aberta e livre, assinava esta declaração de propositura da candidatura independente.
