19.5.07

Lisboa - III

Como se viu com esta coisa ridícula protagonizada pela subordinada de um dos candidatos, as leis eleitorais e respectivos prazos estão, não apenas armadilhados para corresponderem aos interesses dos partidos que fizeram essas leis (e não ao cidadão), como são obscenamente complicadas. Um grupo de cidadãos que pretenda concorrer á autarquia lisboeta tem de conseguir, mediante um processo burocrático complicado, 4 mil assinaturas. Número que dava, até à pouco tempo, quase para formar um partido político. Mais fácil seria comprar um partido desactivado, como o Partido dos Doentes, ou o da Solidariedade Nacional....
Porque os partidos instalados colocam tantos entraves á participação dos cidadãos, seja nas listas locais, nas presidenciais, ou na formação de novos partidos? Protecção de mercado, eu sei. Mas então, se calhar, a Autoridade da Concorrência deveria ter aqui uma palavrinha a dizer, não?.....
Quaisquer eleições deveriam ser marcadas em apenas 15 dias. Em vários países assim sucede e nem por isso há menos democracia. E 50 assinaturas e uma taxa de 50 euros por cada elemento da lista deveriam ser suficientes. Haveria muitas mais candidaturas? Sim, e depois? Não é saudável que numa democracia e numa sociedade aberta que os cidadãos se envolvam na causa pública? Afinal, tem medo de quê?