Quando os kosovares por estes dias manifestam vontade de deixar de pertencer à Sérvia, é apenas o fim de um processo com várias causas. As mais importantes serão a sua unidade, enquanto comunidade linguística e religiosa, características pelas quais se distinguem radicalmente da comunidade maior de que ainda fazem parte. E também serem uma esmagadora maioria de habitantes naquele território nos últimos 150 anos. Naturalmente, concluiram que não tem sido especialmente respeitados nem bem tratados ao longos dos anos, independentemente do tipo de regime vigente. Também entendem não existirem condições políticas, mesmo no actual sistema democrático sérvio, que lhes permita de uma forma livre, gerir os seus interesses.
E então, porque tanto nervosismo por parte dos europeus?
Depois de terem ajudado a invadir e a ocupar o Kosovo, de lá terem instalado um governo colonial, de o mesmo ter introduzido uma nova moeda - o €uro, de terem permitido mais uma limpeza étnica (os sérvios passaram de 7% para 3% da população), de terem prometido um referendo sobre o futuro daquela província, queriam o quê? Que os kosovares dissessem, «ah afinal queremos ficar na Sérvia»? Que eles tratem da sua vidinha e boa sorte, que bem precisam.
Não, o problema é outro. Se alguns países não apreciam muito o tal direito de secessão, pensando nos seus problemas caseiros (França, Espanha, Itália, para além da Rússia), outros mais realistas bem sabem que a seguir ao Kosovo, a República Sérvia da Bósnia será a primeira assumir a mesma reclamação. E a desagregação daquele «estado-tampão-fantoche» entre a Croácia e a Sérvia, irá reavivar as querelas balcânicas que os europeus pensavam congeladas depois da sua intervenção em apoio do espartilhar étnico de toda a região.
Depois de terem andado a brincar aos governadores-gerais, os europeus querem dar, ridiculamente, um ar de seriedade e, imagine-se, de unidade. Quando na verdade, com os resultados à vista, ninguém quer verdadeiramente saber deles para nada.
Nem tal é, felizmente, suficiente obstáculo para impedir os kosovares de seguirem o seu caminho. Como é seu direito.
E então, porque tanto nervosismo por parte dos europeus?
Depois de terem ajudado a invadir e a ocupar o Kosovo, de lá terem instalado um governo colonial, de o mesmo ter introduzido uma nova moeda - o €uro, de terem permitido mais uma limpeza étnica (os sérvios passaram de 7% para 3% da população), de terem prometido um referendo sobre o futuro daquela província, queriam o quê? Que os kosovares dissessem, «ah afinal queremos ficar na Sérvia»? Que eles tratem da sua vidinha e boa sorte, que bem precisam.
Não, o problema é outro. Se alguns países não apreciam muito o tal direito de secessão, pensando nos seus problemas caseiros (França, Espanha, Itália, para além da Rússia), outros mais realistas bem sabem que a seguir ao Kosovo, a República Sérvia da Bósnia será a primeira assumir a mesma reclamação. E a desagregação daquele «estado-tampão-fantoche» entre a Croácia e a Sérvia, irá reavivar as querelas balcânicas que os europeus pensavam congeladas depois da sua intervenção em apoio do espartilhar étnico de toda a região.
Depois de terem andado a brincar aos governadores-gerais, os europeus querem dar, ridiculamente, um ar de seriedade e, imagine-se, de unidade. Quando na verdade, com os resultados à vista, ninguém quer verdadeiramente saber deles para nada.
Nem tal é, felizmente, suficiente obstáculo para impedir os kosovares de seguirem o seu caminho. Como é seu direito.