Vamos partir do princípio que um determinado investidor desenvolveu um modelo matemático do BCP. Esse modelo usa vários factores para prever o valor correcto das acções. Entre os factores estão dois que neste momento mais nos interessam: a idoneidade dos administradores do banco e a capacidade de gestão dos administradores. O investidor não sabe exactamente qual é a idoneidade dos gestores do banco tal como não sabe qual é exactamente a respectiva capacidade de gestão. O investidor usa estimativas que têm uma incerteza associada. As estimativas são calculadas de forma a baterem certo com resultados obtidos pelo banco no passado.
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Chega ao público a informação do perdão de dívidas (ocorrida em 2004). Esta informação acrescenta informação ao modelo que o investidor já tinha e pode levá-lo a mudar as previsões? A nova informação pode levar o investidor a mudar a estimativa da idoneidade dos gestores. Mas se a idoneidade diminui, e se os resultados passados são os mesmos, então o investidor terá que rever em alta a capacidade de gestão da administração. Isto é, se a administração é menos idónea do que se pensava e os resultados são os mesmos, então é porque a administração gere melhor o banco do que se pensava. Aquilo que parecia uma informação nova afinal não acrescenta assim tanto ao que já se sabia.