O irónico disto tudo é que Cravinho, admito que de forma involuntária, é talvez o maior responsável pelo crescimento da corrupção em Portugal nos últimos 30 anos. Desde 1975, em que foi dos principais executores das nacionalizações gonçalvistas, até à actualidade, em que é visto como um dos “pais” da Ota e do TGV, foi toda uma carreira dedicada ao crescimento do Estado, a pretender (ingenuamente?) atingir a perfeita irmandade entre aquele e a Economia, atraindo de forma irresistível todos os interesses, lobbies, grupos de pressão.
Igualmente irónica mas fatal como o destino, é a solução única que qualquer daqueles distintos personagens advoga no combate à corrupção: mais Estado!