Os jornais de referência têm um entendimento snob da vida. Assaltos e atropelamentos são coisas que não lhes interessam. A não ser que o assaltado seja um banco ou que o atropelamento aconteça no Terreiro do Paço.
Infelizmente o que aconteceu este fim-de-semama no Terreiro do Paço está longe de ser um facto inédito. Inédito é causar indignação. E ser notícia destacada.
Experimente-se colocar a palavra atropelamento no site do "Correio da Manhã" e descobrem-se inúmeros casos similares:
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2007-10-15
«Uma rapariga de 24 anos, natural de Amarante, foi ontem decapitada, em plena A4, por um carro que passou a grande velocidade, quando a jovem se encontrava fora do seu veículo.»
2007-10-14
«Uma mulher de 43 anos morreu anteontem atropelada, em plena passadeira, a menos de 50 metros de casa, em Fajarda, Coruche. O corpo ficou desfeito. Emília Oliveira, a vítima, regressou a casa anteontem, após uma semana de trabalho em Lisboa, onde era mulher a dias.»
2007-10-12
«Está entre a vida e a morte o menino de onze anos que ontem, pelas 13h40, foi atropelado, quando atravessava a estrada nacional, em Gravelos, no regresso da escola.»
2007-09-14
«Idoso estava junto ao passeio da rua de S. Dinis, no Porto
Atropelado mortalmente por motociclista em fuga»