28.8.04

Portugal tem poucas medalhas, o que só pode ser bom sinal III

Ptincípio da sub-optimização: é impossível optimizar ao mesmo tempo um sistema e um sub-sistema desse sistema.

Uma sociedade dispõe de recursos limitados. Se o estado tenta maximizar o número de medalhas de ouro forçando os agentes económicos a dedicarem recursos ao desporto, dezenas de outras actvidade têm que ser prejudicadas e o bem estar geral diminui.

No entanto, um governo tenderá sempre a optimizar apenas uma parte da vida nacional porque não tem capacidade para gerir todos os detalhes. Normalmente, o governo tenderá a optimizar aquela parte que é mais visível e que precisamente por isso dá mais votos. O governos normalmente escolhem medidas emblemáticas e desígnios nacionais que beneficiam uma parte da população e enchem de orgulho a maioria. Tudo o resto é descurado, o bem geral sai a perder e a maioria sai prejudicada sem o perceber.

A falta de desígnios nacionais é uma tragédia para os centralistas. E por isso eles estão sempre a inventar novos: Sines, o Alqueva, o TGV, a Expo, o Centro Cultural de Belém, o Euro 2004, o novo aeroporto. E agora uma nova capital no interior, a organização dos Jogos Olímpico e a banda larga. É só ler o Expresso.