28.2.06

CHE , O CRIMINOSO DE GUERRA





















A verdade sobre um assassino mitificado, no Da Literatura.

Via A Origem das Espécies e O Insurgente.

(IN)COERÊNCIAS DO MISTER CO

(Do leitor Fernando de Morais recebemos este texto que, a todos os títulos, merece publicação)

"COERÊNCIA TÁCTICA
Nunca jogamos em 3-3-4, mas este é o sistema do mister CO
Questiona-se:
Temos mais produção ofensiva?
Rematamos mais?
Joga-se melhor?
Joga-se com mais velocidade?
O que significa termos mais jogadores no ataque (Domingo chegamos a ter 5)?

COERÊNCIA NO DISCURSO

Após jogos determinantes tece afirmações deste género e desta qualidade:
Benfica - Porto: o Benfica foi melhor
Depois de nos terem roubado num jogo: Os árbitros portugueses são melhores que os holandeses.
Motivantes sem dúvida?.

COERÊNCIA NA ELIMINAÇÃO DE JOGADORES DE PESO

A forma como foi eliminado J. Costa é paradigmática. Basta ver que o nosso Aloísio aos 37 anos era ainda um senhor, que o nosso João Pinto corria mais que os 9 jogadores de campo aos 35 anos? Aliás, com o J. Costa ao lado do R. Carvalho (e quiçá ao lado do Pepe) não teríamos perdido nem empatado jogos relevantes.
O modo como foi eliminado o Diego é sintomática: declarações do empresário (seu pai) levaram à sua exclusão dos convocados; exactamente na mesma semana, declarações do empresário do Helton, criticando a contenção verbal do Porto, não tiveram a mesma consequência. Porquê? Porque não interessa. O único a eliminar era o Diego.

COERÊNCIA NAS FOLGAS

Folga-se uma vez por semana, salvo nos tempos de selecção (aí a folga estende-se por vários dias) e na altura natalícia - e presumo que pascoal (estende-se por semanas). O que se compreende, pois o futebol é um jogo cansativo.

COERÊNCIA DISCIPLINAR

Um exemplo elucidativo:
Porto - Benfica (Bruno Alves agride a pontapé Nuno Gomes e depois não satisfeito fá-lo à cabeçada: resultado final dois jogos de suspensão - o que foi pouco; no termo do castigo, já Bruno Alves se sentava no banco de suplentes; será que não queria lá pôr o J. Costa?)
Gaba-se depois de ter a equipa mais disciplinada do campeonato...

COERÊNCIA NAS SUBSTITUIÇÕES

Depois do novo 3-3-4, as substituições habituais são sempre estas: sai o Quaresma e o Ivanildo entra o Alan e o Lisandro; estejamos a ganhar, a perder ou empatados.

COERÊNCIA NOS CANTOS E NOS LIVRES DIRECTOS

Para além de quase todos mal marcados, o último golo de canto aconteceu no jogo Naval - Porto, e o único golo de livre foi da autoria de Quaresma, com tabela num jogador do Boavista (não esquecendo o golo do H. Almeida, esse portento futebolístico, no Inter - Porto).
Acresce que nem perigo existe em nenhuma das situações assinaladas.
Trabalho de casa não se vislumbra.

COERÊNCIA SANCIONATÓRIA

Sempre que um jogador falha é apontado a dedo em público. Ver os casos de Raúl Meireles, em Milão, e de Vítor Baía, este com a exclusão imediata.

COERÊNCIA NAS ESCOLHAS

Erros de casting foram vários:
Desde a escolha inicial do Hélder Postiga como nº 10, passando pela falta de visão (para não dizer cegueira) ao não perceber (quase até meio da época) que tinhamos um jogador fantástico como é o caso do Paulo Assunção, e ao manter jogos a fio o Jorginho, grande amigo dos adversários?

COERÊNCIA NA ESCOLHA DOS NÚMEROS DAS CAMISOLAS DOS JOGADORES

1) Só dois jogadores mantiveram o número que pretendiam (2 e 99). Esses dois jogadores foram já liminarmente eliminados: J. Costa pelo factor idade, conjugado com o elemento falta de velocidade; V. Baía pela idade e por se ter exibido de forma inconstante. Interessante verificar que os que puderam escolher já ?eram?.
2) Os outros jogadores, cujo números foram apontados e indicados pelo CO, já inúmeras vezes jogaram fora das suas posições habituais. Aliás, não consigo mesmo perceber se há, para o CO posições típicas, como ele se refere (o 7, o 11, o 9). A liberdade retirada aos jogadores na escolha dos números significa elevar ao limite o factor ?empatia? com o treinador

COERÊNCIA NA ESCOLHA DO CAPITÃO

1) Afastamento do capitão J. Costa
2) Afastamento do capitão V. Baía, pois um guarda-redes não pode ser capitão.
3) Resultado final: já tivemos inúmeros capitães esta época. Assinalo as referências a Lucho e a Paulo Assunção, jogadores sem peso na equipa (estão no clube nem há um ano), jogadores que, ressalvo, muito aprecio.

COERÊNCIA NO MODO COMO PERDE OS DESAFIOS MAIS IMPORTANTES

Porto - Benfica (perdeu os dois jogos para o campeonato sem espinhas: já não perdíamos os 2 jogos desde 1976-1977; (lembram-se?)
Porto - Sporting (empatou em casa e provavelmente perderá em Lisboa)
Porto - Inter Milão (vitória em casa, com dois golos na própria baliza dos jogadores do Inter, mas derrota decisiva em Milão, depois de ter estado a ganhar e só ter começado a derrocada após ter substituído Paulo Assunção e entrado Bruno Alves)
Porto - Glasgow (derrota em Glasgow: com 10 jogadores, a 10 minutos do fim, fomos para a frente para tentar ganhar; não houve instruções para segurar o jogo; em casa, foi o que se viu, sem atacante nos primeiros 45 minutos e depois de ter entrado um atacante na 2ª parte, período em que conseguimos o golo, decidiu defender a 10 minutos do fim)
Não coloco aqui o jogo com o Artmédia, em virtude de esta ser uma equipa banal (perdeu agora na 1ª mão da taça UEFA, em casa, com o Levski de Sofia)

COERÊNCIA REVOLUCIONÁRIA

Logo após duas derrotas modifica substancialmente a equipa e a sua estrutura: refiro-me ao jogo com o Benfica (1ª volta) e ao jogo com o E. Amadora (2ª volta).

COERÊNCIA NA FORMA COMO SE DEIXA EMPATAR E PERDER, EM ESPECIAL NOS JOGOS DECISIVOS

Lembrar:
Porto - Braga (entrada de Bruno Alves para fazer penalti, com a correspondente saída do atacante)
Porto - Glasgow (a mesma situação)

COERÊNCIA NAS CONSEQUÊNCIAS RESULTANTES DA VISUALIZAÇÃO DIRECTA (OU SEJA PELO MISTER CO) DAS EQUIPAS ADVERSÁRIAS

O treinador foi ver jogar o Art Media e o Sporting.
Resultado final: Empatamos os dois jogos, sendo que com o primeiro fomos eliminados da Liga dos Campeões e da Taça UEFA (tudo ao mesmo tempo?), ao passo que com o júnior Paulo Bento (aprendiz actualmente no curso de treinadores onde Peseiro é professor) quase perdíamos em casa."

Fernando de Morais

DIFERENÇAS CIVILIZACIONAIS

Conflitos de interesse na Medicina Académica - 1.

1. Introdução.
Os conflitos de interesse constituem um problema com indiscutível importância na sociedade contemporânea. Quando o mesmo indivíduo se encontra relacionado, de alguma forma, com mais do que uma entidade, instituição ou organização, a sua ligação a um dos lados pode influenciar os seus juízos e as suas acções em outro dos lados. No caso particular da Medicina, os conflitos de interesse podem estabelecer-se envolvendo vários tipos de entidades, incluindo profissionais, pacientes e entidades empregadoras, entre outras.

Nestas condições, várias actividades profissionais e vários tipos de organizações têm vindo a debruçar-se sobre esta temática, cuja importância tem sido posta em relevo através de vários exemplos paradigmáticos que são do domínio público. A evolução conceptual, actualmente em desenvolvimento acelerado, tem-se efectuado de forma paralela ao conhecimento de dados empíricos, ou seja, de exemplos concretos, muito embora já existam algumas tentativas de síntese. Para M. Davis, "conflict of interest is a problem only in a certain domain, one in which we do not want ordinary self-interest to guide the decisions of those on which we depend; instead we want those on whom we depend to be "independent", "impartial," "unbiased," or the like"(1).

(1) M. Davis. Introduction. Em: M. Davis, A Stark. Conflict of interest in the professions. Oxford University Press, 2001, pág. 4.


José Pedro Lopes Nunes

Tópico seguinte: 2. A Medicina Académica e a sua tripla responsabilidade.

Lembrete

Quem acha que o proteccionismo favorece o país proteccionista não percebeu a teoria das vantagens comparativas.

Chicken flu

Aqui
(via tomar partido)

27.2.06

Retrocessos

O «socialismo-nacionalista» parece estar novamente em alta.

É ver os «eufóricos» admiradores das medidas do Governo espanhol no negócio da electricidade. Este pretende interferir num negócio privado, impedindo a concretização de investimento estrangeiro, nem que para isso tenha de utilizar o seu poder de Estado e alterar as regras do mercado.
Também o anúncio da fusão entre duas sociedades de energia francesas é feito, não pelos seus proprietários, mas por um governante. É que tal fusão não resulta de razões de mercado, mas obedece apenas a parâmetros e interesses nacionalistas.

Que os consumidores sejam prejudicados, não parece importar a ninguém. Que as empresas se tornem ineficientes face à limitação de concorrência, e que percam valor em mercado, também não parece interessar muito. Pelos vistos, apenas a cor do capital e a bandeira dos accionistas parece ser relevante. Não deixa de ser «curioso», mas altamente preocupante que sempre que se invoque o interesse «nacional» este se concretize contra as pessoas e a sua liberdade.
A seguir-se este caminho, em breve voltaremos a ter economias nacionais, mas fechadas, protegidas, mas ineficientes. Fronteiras, passaportes e segurança. Mas também totalitarismo e falta de liberdade.

Esculpir mesquitas bom, desenhar profeta mau


Confusão no Iraque entre duas facções da religião da paz. Parece que uns sunitas radicais fizeram uma escultura de que os xiitas não gostaram.
O INSURGENTE

Está de parabéns um dos melhores blogues nacionais, aquele em que as boas ideias têm um espaço privilegiado de divulgação e debate. A todos os Insurgentes, um grande abraço.

P.S. As felicitações estão um pouco atrasadas mas são muito sentidas.

26.2.06

«Rabbit of Seville»


Charles M. Jones, 1950

É Carnaval e está um frio do caraças

É certo que as maminhas até ficam mais firmes com o frio, mas mesmo assim sugere-se aos foliões nacionais a adaptação de carnavais mais de acordo com o nosso clima.



Já só faltam dois dias

25.2.06

Direito de pernada em Democracia

Título do Público: Deputados ainda estão a negociar lei sobre reprodução assistida

Os homens poderosos sempre se preocuparam em controlar a sua reprodução e a da concorrência. Os senhores feudais e os chefes de clã tinham direito de pernada sobre as recém casadas, os grandes latifundiários sobre as criadas, os grandes imperadores sobre os seus haréns servidos por homens castrados, os homens de posses sobre a mulher e a amante e os grandes exércitos sobre as mulheres dos povos conquistados. Por isso, é natural que os nossos deputados queiram decidir por que métodos e com que meios financeiros é que nós nos podemos reproduzir. É certo que, graças aos meios democráticos, o procedimento é muito mais civilizado, mas os motivos e os resultados são os mesmos.

Múltipla escolha

Um homem, travesti, seropositivo, sem abrigo e toxicodependente foi barbaramente assassinado por um grupo de mais de uma dúzia de menores delinquentes. De acordo com o que se vai sabendo, as motivações dos agressores e a orientação sexual da vítimas são desconhecidas. No entanto, já há organizações LGBTês indignadas contra um suposto crime homofóbico e a clamar por leis especiais que protejam os homossexuais. O que me parece uma atitude discriminatória em relação aos grupos a que a vítima garantidamente pertencia: os homens, os seropositivos, os travestis, os sem abrigo e os toxicodependentes.

Sinais

Quando tantos garantiam, a propósito das caricaturas, que a liberdade de expressão «não estava nem esteve em causa», parecendo até ridículo falar da coisa, eis que outros sinais surgem aqui bem perto: entre nós.
A direcção de um diário, insurge-se (e bem) contra certas medidas que poderão afectar o livre exercício da liberdade de imprensa, os empresários do sector criticam essas medidas, bem como a introdução de uma nova série de impostos sobre as suas actividades. Propostas abstrusas vem dos sítios do costume. O Parlamento Europeu e os governos da União Europeia introduzem um sistema de vigilância policial sobre todos os cidadãos. Nem sequer há subtileza na coisa.

Não deixa portanto de ser cómico/trágico ver o governo, por intermédio de Augusto Santos Silva vir dizer, sem corar, que várias das medidas anunciadas «têm como objectivo essencial assegurar a liberdade de imprensa e garantir a isenção dos meios face ao poder político».»!!. Diz isto aquele que é directamente responsável por nomear a administração da RTP, da RDP, da Lusa, da negociação dos elementos que compoêm a ERC, da designação do seu presidente (ao arrepio da lei...) os quais virão a «regular o sector». Se isto é «isenção face ao poder político».....

24.2.06

Recomendações

As "video lectures" do Prof. Walter Lewin do MIT.

O homem que era quinta-feira por FCG no Insurgente.

O Blog My Guide to your Galaxy

Sobre Liberdade Académica ler LIBERDADE ACADÉMICA por Vasco Pulido Valente e Irving & Hitler: limites na expressão, limites na interpretação por Bruno Reis (vou ver se consigo escrever sobre isto nos próximos dias).

Praxeologia II por Rui A. no Portugal Contemporâneo.

O papel da VIRGEM, na sociedade contemporânea

Há um bom par de anos atrás, uma instituição universitária organizou um programa de conferências em algumas cidades do interior.

Foram convidadas várias personalidades académicas, sobretudo de Lisboa. Naturalmente, a organização logística das conferências fazia-se á distância, via telefone e fax. De igual modo, de Lisboa e do Porto, seguiam os convites e os posters publicitando tais iniciativas.

A adesão local, por via de regra, era muito boa. As forças vivas autóctones compareciam e, consigo, atraíam sempre curiosos ou interessados que, para o caso (ou seja, para se conseguir uma "sala cheia") eram igualmente muito bem vindos! As conferências eram sistematicamente um sucesso.

Um dia, um insigne académico lisboeta, versado em mística e em história das religiões, foi convidado para conferenciar, em Lamego, no âmbito de tal iniciativa, tendo escolhido como tema para a sua palestra o papel da Virgem Maria na sociedade contemporânea.

Encomendaram-se os cartazes e os posters, enviaram-se os convites, organizaram-se as viagens e estadias e, eis que, na véspera da conferencia, recebem os organizadores um telefonema estranho, de Lamego. Com efeito, o mandatário local da organização queixava-se da incomodidade do tema a abordar na conferência do dia seguinte. Ainda por cima - dizia - numa cidade tradicionalista e muito conservadora, como era o caso de Lamego.

Tudo bem - retorquiram-lhe de Lisboa - mas, precisamente por isso, e até mesmo porque o Sr. Bispo já confirmou a sua presença, falar-se da Virgem Maria não seria, à primeira vista, despropositado...

Sim, sim, se fosse da Virgem Maria, tudo bem...só que os cartazes que estavam espalhados por toda a cidade apenas anunciavam, em letras garrafais, que o Professor X ... falaria do PAPEL DAS VIRGENS, NA SOCIEDADE CONTEMPORÂNEA. Nada de culto Mariano, nada de religioso, enfim...apenas as virgens....bem se vê o incómodo!

Com efeito, os erros nas tipografias acontecem - descobriu-se quando já era tarde demais!

Lembrei-me de tudo isto, designadamente, da importância das virgens, a propósito daquilo que, aparentemente, sem erro, é a posição de certa jurisprudência italiana, relatada aqui: Not a virgin? Sex crimes aren't as (so) serious

Negacionismo

O presidente do Irão, Mahmoud Ahmadinejad, explicou aos seus concidadãos o que aconteceu na Mesquita Dourada de Samarra:

"These heinous acts are committed by a group of Zionists and occupiers that have failed. They have failed in the face of Islam's logic and justice."

O Grande Líder Ayatollah Khamenei não o fez por menos. Acusou directamente Israel e os EUA pelo bombardeamento da Mesquita.

Nenhum dos dois está a pensar fazer férias na Áustria nos próximos 17 anos.

.

Histórias e memórias, para ler e recordar no blogue do jornalista Carlos Narciso, Escrita em Dia.

Agarrem as Vossas Carteiras

Quanto custa mesmo o TGV?

Anúncio do Banco Finantia, publicado ontem no Diário Económico.

23.2.06

Ditos desactualizados: quando as galinhas tiverem dentes

Já têm ...



Ou, se quiserem, sempre tiveram ...

Sissoko em Risco de Terminar Carreira

«Mohamed Sissoko's career hung in the balance last night with fears growing that the Liverpool midfielder could lose the sight in his right eye after he was kicked in the head during the Champions League defeat by Benfica in Portugal.» (The Guardian)

O infeliz jogador do Liverpool Momo Sissoko tem a visão afectada e poderá ter que abandonar a competição aos 21 anos de idade.

Beto não se esqueceu da velha máxima "vale tudo menos tirar olhos", porque o pontapé foi evidentemente acidental. Se há algum jogador que raramente acerta um passe ou um pontapé é justamente Beto. Que me lembre, no último mês só acertou em cheio por duas vezes: nas partes baixas de Liedson e no olho de Momo Sissoko.

Ter-lhe-á fixado prazo para a resposta?

«O Procurador-Geral da República pediu a João Carlos Gouveia os nomes dos magistrados do Ministério Público (MP) que o socialista acusa de «cobardia» face ao poder político madeirense. Por escrito, Souto Moura também solicitou ao deputado do PS à Assembleia Legislativa que associasse tais nomes a casos concretos. Para simplificar a tarefa do parlamentar, seguiu uma lista na qual são identificadas as mais de duas dezenas de magistrados em funções na Região.» [no DN Madeira]

A falta de resposta redundará, muito provavelmente, na acusação do interpelado deputado pelo hediondo crime de "ofensa a organismo ou serviço", previsto no artigo 187.º do Código Penal.

Riscos Aceitáveis?

Na Wikipedia: Banqiao flood

«The Dam was designed to survive a 1-in-1,000-year flood (306 mm {12 inches} rainfall per day). However, in August of 1975 a 1-in-2,000 year flood occurred, as a result of a major typhoon and several days of wild-range record-high storms...

... 827 out of 6,000 people died in the evacuated community of Shahedian just below Banqiao Dam, but half of a total of 36,000 people died in the unevacuated Wencheng commune of Suipin County next to Shahedian.»

Agenda Blogojazzística


Há um Insurgente Acidental que toca e canta, amanhã, no Teatro Aveirense.

Problemas de escala do nuclear

Ler a entrevista com Paul Joskow, no Público sobre problemas de escala da energia nuclear (página 28). Duas informações/ideias a reter:

1. A indústria nuclear tende a fazer previsões económicas optimistas que depois não se confirmam;

2. Os custos de regulação, segurança e formação e os riscos são tão elevados que não se justifica a criação de um sistema de gestão para uma única central nuclear. O número mínimo apontado por Paul Joskow é de cerca de 10 centrais.

Ainda no Público: uma central nuclear assegura apenas 3.75% da energia eléctrica consumida no país.

Investidores Involuntários

Nas notícias: (TSF)

«A Portucel vai fazer o maior investimento industrial em Portugal a seguir à AutoEuropa ao investir 900 milhões de euros numa nova máquina de produção de papel e na modernização das fábricas da empresa da Figueira da Foz e de Cacia, em Setúbal, noticia o «Jornal de Negócios». Este negócio envolve uma nova máquina de produção de papel deverá conseguir produzir dois quilómetros de papel por minuto, mas também uma contrapartida do Governo em incentivos fiscais e financeiros na ordem dos 175 milhões de euros, o valor máximo permitido pela União Europeia. A Portucel fica ainda a ganhar em termos de acessos por estrada e combóio, assegurando também um maior escoamento portuário, beneficiando ainda de uma nova política para a floresta, onde se passa a apostar numa política contra incêndios e plantação de eucaliptos em terrenos baldios

No Jornal de Negócios:

Portucel dispara mais de 9% e fixa novo máximo histórico.

Aumento da capitalização bolsista da Portucel de ontem para hoje:

131 milhões de euros.

O que aconteceu:

Estado subtrai 175.000.000 de euros (mais o que não se diz) aos contribuintes e oferece-os a accionistas privados de uma empresa.

A sociedade, ganha ou perde?

Perde. Há destruição de valor. O aumento de riqueza dos accionistas é, tudo indica, inferior ao montante da oferta pública de impostos.

Em resumo.

Uma empresa privada quer fazer uma nova fábrica. A empresa privada, que concorre no mercado com outras empresas também privadas, pede ajudas ao estado. A empresa privada, aproveita para meter no pacote tudo o que tem à mão, desde recuperações de fábricas antigas, equipamentos novos, provavelmente bastantes despesas de manutenção corrente. Melhorias que lhe darão vantagens face à concorrência. O estado aceita esta estratégia, de modo a que a sua participação não pareça tão grande. 175 em 900 soa melhor que 175 em 400, 500 ou 600. Além disso, paga estradas, linhas férreas e oferece seguros contra incêndios, entre outros. Da parte às claras são cerca de 50 euros por cada português activo pagador de impostos no sector privado da economia. Do resto, que se lê nas entrelinhas, nem sabemos quanto.

Razão tem o João Miranda, como sempre. Vale sempre a pena desconfiar de certos investimentos privados, principalemente quando são anunciados por políticos. Somos nós, os contribuintes, que pagamos grande parte da factura. Somos investidores involuntários, sem direito a dividendo.

22.2.06

Estado policial - II

«Código Penal vai ser mais duro para os jornalistas»
«Legislação vai apertar investigação jornalística».


Para além das evidentes questões de limitação da liberdade de imprensa, há ainda outros aspectos a considerar.
Em 30 anos de democracia, nem um magistrado, nem um funcionário judicial nem um agente policial foi condenado (ou sequer acusado?) do crime de violação de segredo de justiça.
Esses profissionais são os que tem fácil acesso e em primeira mão às matérias objecto de «segredo», sendo que alguns deles os passarão para fora de acordo com os seus interesses pessoais, profissionais, politicos, monetários, sejam próprios ou de terceiros.
A existir alguma investigação criminal interna, nunca esta tem qualquer resultado prático. Ao manter-se a lei que regula este crime nos mesmos moldes pretende-se evidentemente dar continuidade à actual situação: um leque alargado de poderes factuais dos quais se poderá retirar um benefício ilegítimo e a certeza da sua total impunidade.
E ao optar-se por se reforçar a criminalização da conduta do jornalista/intermediário (entre o agente criminoso e o efeito pretendido), com critérios abstratos (moldáveis de acordo com interesses próprios e não gerais), apenas se elevará o «preço» e se restringirá o «mercado».

...OU O RAIO QUE OS PARTA!


Foi neste tom quase-vicentino que o presidente da Metro do Porto comentou os relatórios do Tribunal de Contas e da DGF que condenam a decisão da empresa "atribuir aos seus administradores prémios de gestão no valor de 650 mil euros", sabendo-se os enormes prejuízos em que esta está afundada.
Oliveira Marques garantiu "pela enésima vez" que nunca pediu qualquer indemnização para sair de um lugar público ou privado e mostrou-se disponível para sair. Acerca da sua eventual idêntica disponibilidade para recusar o referido prémio, bem como quanto à atitude futura dos seus colegas gestores também agraciados, não se conhecem quaisquer declarações...
Ler e ouvir a notícia
aqui.

Money For Nothing

(via Samizdata)

No livro A Load of Blair, Jamie Whyte escreve sobre algumas das falácias que florescem no discurso político dos dias que correm. A certa altura conta a seguinte história:

«In November 2002, an ICM poll asked voters if they were willing to pay more tax to fund increased spending on public services. 62 percent said yes. It also asked respondents if they believed this extra spending would improve standards in health and education. Only 51 percent said yes.»
Pelo menos 11% dos cidadãos estão dispostos a pagar mais impostos, mesmo sabendo que esses impostos não acarretam qualquer benefício. Não é chocante saber que estes 11% também têm direito a voto?

Estratégia da Aldeia Gaulesa: resultados práticos

A enorme oposição em Espanha à OPA da Gás Natural sobre a Endesa deu resultado. Parece que a Endesa já não vai ser comprada pela Gás Natural. Vai ser comprada pela E.On, uma empresa alemã. Os defensores dos centros de decisão nacionais lá do sítio estão lixados. Entretanto, a Gás Natural continua compradora e algures num recanto da Europa existe uma empresa que resiste à invasão estrangeira. Mas por quanto tempo? Poderão os defensores dos centros de decisão nacionais cá do sítio dormir descansados? Pode o tempo voltar para trás?

(link via Causa Nossa)

O grande cogumelo branco


Não percebo por que é que Portugal ainda não tem uma central nuclear. Afinal, trata-se de:

1. Um investimento cuja dimensão se aproxima do limite do que é sustentável num país tão pequeno;

2. Um investimento que tem custos reais que são o dobro dos declarados;

3. Um investimento de derrapagem garantida;

4. Uma coisa que os outros, nomeadamente os espanhóis, já têm, pelo que nós não podemos ficar atrás;

5. Um projecto com enormes vantagens intangíveis e não quantificáveis (progresso científico, independência energética, desenvolvimento dos recursos nacionais, enormes vantagens ambientais);

6. Uma grande oportunidade para criar comissões disto e daquilo;

7. Uma solução para a qual não faltam pretextos para a intervenção do estado;

8. Mais um problema que podemos deixar aos nossos filhos e netos;

9. Mais uma oportunidade para ignorar o mercado;

10. Uma ideia tida como moderna apesar de ter sido moderna na década de 50 do século passado.

11. Uma oportunidade para salvar a consciência salvar o Protocolo de Quioto salvar o planeta.

Estado policial

«Foi ontem aprovada a directiva comunitária relativa ao armazenamento de dados de comunicações pelo Conselho de Ministros da Justiça e Interior da União Europeia. A norma, que tinha já sido aprovada pelo Parlamento Europeu* em Dezembro, torna-se assim de aplicação obrigatória para todos os 25 Estados-membros.
A nova regra - aprovada, apesar de ter merecido a oposição da Irlanda e da Eslováquia - determina que os operadores de comunicações têm de reter, durante seis a 24 meses, os dados de comunicações que ficam disponíveis para investigações no âmbito da luta antiterrorismo ou outros crimes graves.
Os dados que serão armazenados são a origem de chamadas telefónicas, do destinatário e a duração. É feito ainda o registo das chamadas não atendidas ou rejeitadas, registada a localização de onde é feita a chamada e as movimentações quando é usado um telemóvel, e arquivados os dados do correio electrónico.
Já o conteúdo das comunicações, quer de voz, quer escritas, só poderá ser acedido após uma ordem judicial.
Os dados a reter incluem assim os números de telefone de origem e destino da chamada, os nomes e moradas correspondentes, e no caso da web uma série de estatísticas dadas pelo fornecedores de acesso à Internet.»(no Público)

* Aprovada por 21 dos 24 deputados portugueses (PS+PSD+PP)). Os deputados nunca explicaram porque aprovaram esta directiva.

Solidariedade


1. A minha proclamação de apoio aos encarnados, feita ontem, foi sujeita a más interpretações. Com o Sporting fora, o meu apoio decide-se sempre em solidariedade para com os mais fracos. Domingo também vai ser assim.

2. Depois do jogo, no café, um grupo de benfiquistas discutia com elevação os acontecimentos da noite - Ganda Luisão dum c....., o Beto não dá uma, que m...., o Simão, dasse, não jogou um p...., o Koeman não vê um c......, f...-.. o Karagounis devia d'a jogar sempre. Entrou um outro benfiquista, bem inebriado com a mistura vitória/carrascão, e botou discurso. Foi algo parecido com isto:

(ler aos gritos)
Os gaijos pensarem que vinham prái ganharem-nos mas lixarem-se. Toma que já lanchastezes, os gaijos é que gainham os dólares mas os melhores fôramos nós, VAI BUSCÁÁÁRI... ganháramos cá e vamos a Manchéster ganhar-los... BENFICAAAAAAA!
(agora sem gritos)
Ó sr. Custódio, um copinho de aguardente, faz favor.
(gritos outra vez)
Venha o Chelsea mais o Mourinho que vão de carrinho ca gripe das aves, ganheremos também... VIVÓ BENFICA!!!

3. Só tenho pena por causa destes. Devem estar tristes e não merecem.

Hollywood Magic

Parabéns ao governo. A estratégia de comunicação sobre as contas do estado tem sido notável. Apesar da subida brutal do défice público para cerca de 6% do PIB, quase todos aplaudem o sucesso das políticas de combate ao défice. Óscares merecidos para Sócrates (melhor realizador) e para Constâncio (melhor actor secundário). Melhor argumento (póstumo) para Luís Campos e Cunha.

21.2.06

Agenda:

AS DESVANTAGENS DO PODER

















Cortesia Filibuster

«This is not america.....»













Dubai 1991 - Dubai 2005
(recebido por email)

1-0

- Viste o jogo?
- Não. Li-o.

Alma Benfiquista

Hoje sou benfiquista. No próximo Domingo também.

NÃO GENERALIZEI mas aqui fica a clarificação



Nesta e nesta postas disse o que pensava acerca de um dos comportamentos mais execrandos da blogosfera. Aí, apontei o blogue que considero mais negativo nesse aspecto. Mas realcei, de imediato, que estava a falar não de todos os seus participantes mas, infelizmente, daqueles que o têm matizado em demasia.
Não pretendia, assim, generalizar e sujar todos os membros desse blogue mas apenas demonstrar o meu desagrado pelo estilo de alguns dos seus autores. Nada me move, pelo contrário, contra o António Duarte ou o "Irreflexões", entre outros. O "Irreflexões", por exemplo, embora não divulgando o seu nome, não utiliza a sombra do anonimato para agredir quem passa e não concorda. Sempre o soube e não confundi.
Outros, por desventura, o terão feito já que a marca desse blogue, infelizmente, tem sido dada por quem não merece as boas companhias que tem.

Boa Imprensa

Título do Diário Digital:

«Actividade económica em Portugal melhora no quarto trimestre.»

Segue-se o Resumo da Mesma Notícia:
«A actividade económica em Portugal verificou uma ligeira recuperação no quarto trimestre do ano passado, de acordo com a síntese de conjuntura revelada esta terça-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE).»

Início do Texto:
«Durante o quarto trimestre a actividade económica manteve uma evolução incipiente, em linha com o comportamento já manifestado nos trimestres precedentes.»

O Convite

Passei numa banca de jornais e as gordas de uma revista chamaram-me a atenção: "Nunca Vou Para a Cama no Primeiro Encontro.", diz Alexandra Lencastre.

Para os interessados, o convite certo é: "Alexandra, jantamos hoje e amanhã?"

Amantes Involuntários de Arte Moderna III

Ao que se diz, a ministra da Cultura pretenderá que Joe Berardo doe a sua colecção ao Estado, mas ele não estará pelos ajustes. Custa-me a crer na inflexibilidade daquele "homem de cultura", que conhecerá muito bem as artes da negociação, trate-se de minas de ouro, de quadros ou de lavagens de cupão.

Berardo pretende arranjar financiamento a título gratuito para a guarda e manutenção de cerca de 4.000 quadros, actividade que não ficará barata. Mas "enroupando-a" e encarecendo-a ainda mais com a criação de um museu, formata-se um produto facilmente vendável a políticos ainda mais parolos e sedentos da glorificação cultural.

Um tal "formato", com funções devidamente "segregadas" na administração do futuro museu - Berardo a mandar, o Estado a pagar - dá-lhe garantias de continuar a gerir a colecção, independentemente de esta continuar na sua posse ou ser objecto de doação a "todos nós". O problema não reside portanto no facto de Berardo se recusar a doá-la, mas na sua valorização para o efeito e posterior dedução fiscal ao abrigo do mecenato cultural.

Imagine-se que aquilo lhe custou 1.000. Como se trata da mais grandiosa colecção de arte moderna deste mundo e arredores, hoje valerá no mínimo 5.000. Podendo deduzir este valor no seu IRS, o "nosso mecenas", que estará decerto no escalão dos 42%, terá uma poupança fiscal de 2.100, significando uma taxa de retorno do seu investimento de 110%. E anda a ministra da Cultura preocupada com ninharias...

Sobre a Liberdade de Expressão II

Vamos supor que, por lei, só os académicos têm direito à Liberdade de Expressão em questões de Holocausto. Coloca-se a questão de se saber quem são os verdadeiros académicos. Uma questão que é ela própria um problema académico para o qual deveria haver total liberdade académica. Os tribunais poderiam pedir a uma comissão de académicos para decidir quem são os verdadeiros académicos. Mas, não saberiam a quem pedir. O pedido teria que ser feito aos verdadeiros académicos, mas saber quem são os verdadeiros académicos é precisamente o problema que se pretende resolver. Os tribunais poderiam esperar pelo fim do debate académico sobre quem são os verdadeiros académicos, o problema é que os debates académicos são intermináveis. A liberdade académica é totalmente incompatível com a existência de verdades oficiais. Mais, ninguém pode fazer de árbitro. Todas as alegações, todos os juízos, todas as opiniões são parte da discussão, não estão, nem podem estar acima dela. Assim, quando Vasco Pulido Valente diz que «David Irving não é um historiador, é um homem que falsificou deliberada e muito competentemente a história.» está a tomar partido na discussão. Trata-se de uma posição que, do ponto de vista académico, até pode estar certa, mas que não pode ser utilizada para retirar a David Irving a sua Liberdade Académica. A Liberdade Académica não pode depender das qualidades académicas de um autor, nem da veracidade das suas teses, nem da moralidade do que defende, nem sequer da sua boa fé. Trata-se de uma liberdade cuja violação selectiva entraria em contradição com os argumentos que a justificam.

Sobre a Liberdade de Expressão

Vamos supor que existe uma lei que proibe que se diga X e que se defenda X.

Nesse caso:

1. Uma pessoa acusada de dizer X não pode ter um julgamento justo. Nunca se poderá defender com base no argumento de que X é aceitável porque tal linha de argumentação é ilegal.

2. A lei que proibe que se diga X dificilmente poderá ser revogada porque, sendo X uma ideia impopular, continuará impopular porque não se pode dizer X ou defender X.

3. Nunca se poderá ter a certeza que X é uma má ideia porque X é uma ideia que não pode ser defendida.

Colectivismos penais

A deputada Ana Drago quer que a violação do segredo de justiça por jornalistas resulte em sanções penais (penas de multa) para ?as empresas jornalísticas? e não, como sucede actualmente, em penas que recaem sobre os próprios autores do crime (admitindo que o crime possa ser praticado por estranhos ao processo, como são os jornalistas enquanto tais, o que não é pacífico entre a doutrina penal).
A Lei de Imprensa prevê, actualmente, a co-responsabilização penal e civil do director, subdirector ou editor que não se tenha oposto à prática de um crime através da imprensa (incluindo, eventualmente, o crime de violação de segredo de justiça). E bem o faz, pois estes têm efectiva possibilidade de controlar aquilo que é publicado.
?A empresa jornalística? (ou a respectiva administração), porém, apenas nomeia e destitui o Director. Para além deste controlo indirecto, nenhum peso tem naquilo que é ou não publicado. E ainda bem que assim é, também.
Se a proposta da deputada do BE viesse a ser acolhida, naturalmente que a administração da ?empresa jornalística? passaria a querer controlar previamente aquilo que é ou não publicado, por ser essa a única forma de evitar a responsabilização penal da ?empresa?. A admissibilidade de tal controlo seria, aliás, a única forma de imputar à ?empresa? qualquer espécie de ?culpa? pela publicação de matéria objecto de segredo. E a culpa, ainda que ténue, tem sido pressuposto indispensável à aplicação de qualquer pena.
É verdade que o artigo 29.º da Lei de Imprensa prevê a responsabilização, em certos casos, da empresa jornalística pelo material publicado («No caso de escrito ou imagem inseridos numa publicação periódica com conhecimento e sem oposição do director ou seu substituto legal, as empresas jornalísticas são solidariamente responsáveis com o autor pelos danos que tiverem causado.»). Mas trata-se aqui de responsabilidade civil (pelos danos causados a terceiros). Há uma substancial diferença entre as duas situações. Aqui (responsabilidade civil) a co-responsabilização sempre se poderá justificar com o interesse da vítima numa posição mais confortável, designadamente nos casos em que o jornalista não tenha ?eira nem beira?. Acolá de nada serve à vítima (quem é ela, aliás, na violação do segredo de justiça?) haver mais um arguido. Ao jornalista também não e à liberdade de imprensa ainda menos.

Equídeos a Trote a Caminho de Gaia

Outros tempos.


Ponte e Ribeira vistos da Serra do Pilar, 1989

20.2.06

Eyes Wide Shut

No mesmo dia em que a Comissão Europeia alerta para a evidente insuficiência de medidas de equilíbrio das contas públicas, há mais um ministro que, em vez de explicar como vai cortar despesas do seu ministério, exige ainda mais dinheiro aos contribuintes.

Mapa do Blasfémias

Community Walk Map -

Ampliar, passar o cursor por cima dos balões, clicar nos balões.

A VERDADE SOBRE A CRISE














Mike Keefe, The Denver Post

A Quadratura do Círculo

A advogada que defende Domingos Névoa, administrador da Bragaparques acusado por José Sá Fernandes de tentativa de corrupção, trabalha no escritório de Ricardo Sá Fernandes, irmão do acusador. (JN)

Por aí não II

Negar o Holocausto é não só um direito individual como uma absoluta necessidade. Nenhuma actividade académica pode atingir níveis de excelência se os cépticos estiverem proíbidos de contestar as teses dominantes. A liberdade académica inclui o direito ao contraditório. E determinados níveis de excelência só se atingem se existirem Advogados do Diabo entre os académicos. Até que ponto é que podemos confiar na História que se vai produzindo sobre a Segunda Guerra Mundial se determinadas linhas de investigação estão proibidas por lei?

Por aí não

Criminalizar a estupidez, a ignorância ou a má-fé, parece-me um caminho muito perigoso. É uma violação da liberdade individual e de expressão. Afinal, quem e porquê define o quê? A fixação de «verdades» por via legal ou administrativa é mais própria de sistemas totalitários.
Como em tempos dizia um professor de direito constitucional diante da resposta de um aluno: dizer asneiras também é um direito protegido...

A Ler

Fátima, por Vasco Pulido Valente, no Espectro.

As pessoas habituam-se a tudo II

A taxas de IVA de 21%, por exemplo.

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é mais que:

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As pessoas habituam-se a tudo

A défices reais de 6%, por exemplo.

||| ||| é mais que ||| ||
ooo ooo é mais que ooo oo
$$$ $$$ é mais que $$$ $$
*** *** é mais que *** **

Primitivismos

Animismo - Sistema de crenças de acordo com o qual os fenómenos naturais, os animais, as plantas e mesmo objectos inanimados possuem vontade, sentimentos e consciência individual.

Colectivismo - Sistema de crenças de acordo com o qual as sociedades, as nações e as classes possuem vontade, sentimentos e consciência individual.

Amantes Involuntários de Arte Moderna II

Joe Berardo é um grande empresário. Tendo percebido o valor da cultura no mercado político, descobriu uma forma de a explorar a seu favor. A sua colecção dá-lhe acesso ao corredores do poder, permitindo-lhe mesmo embaraçar um ministro ou outro de vez em quando. Não gasta um tostão com isso, porque os quadros continuam a ser seus, mas passa por patrono das artes e faz a ministra da cultura passar por uma troglodita que não reconhece o valor da cultura. O que é muito bem feito porque o Ministério da Cultura só serve para que os políticos possam exibir o seu muitas vezes inconsequente amor à cultura.

Debate no Ateneu

No debate sobre a Ota e TGV, fiz algumas perguntas sobre o aeroporto da Ota. Guilhermino Rodrigues, presidente da ANA, deu algumas respostas esclarecedoras e foi ainda mais esclarecedor nas respostas que não deu.


Em 2016 quanto valerá o aeroporto da Portela para a ANA? Quem assumirá os custos da destruição do capital investido na Portela?


Depois de ter dito na sua intervenção que a ANA tem feito investimentos muito significativos nas infra-estruturas da Portela e que ainda vai fazer mais até 2016, Guilhermino Rodrigues limitou a sua resposta à questão dos terrenos, ignorando o valor de um aeroporto que movimentará cerca de 16 milhões de passageiros. Em relação aos terrenos, disse que se tratava de um imbróglio jurídico entre a câmara e o governo. Em suma, nas contas da ANA, a Portela em 2016 valerá zero. Não se percebe quem assumirá o custo da sua destruíção.


Se a área de influência de um aeroporto se extende à região que fica a menos de 1h 30min, se o TGV vai colocar o Porto a 1h 15min de Lisboa, como é que a OTA só consegue captar 50 mil habitantes para a sua área de influência?


Não houves resposta a esta questão. Duarante a sua apresentação, Guilhermino Rodrigues tentou minimizar o impacto da Ota sobre o Aeroporto de Sá Carneiro falando no deslocamento da área de influência do aeroporto de Lisboa ligeiramente para norte e na partilha de mais 50 mil habitantes pelas áreas de influência da Ota e do Aeroporto de Sá Carneiro. Mas ignorou o efeito que o TGV terá nas áreas de influência dos aeroportos. Tal como ignorou a possibilidade de um aeroporto como a Ota poder centralizar as rotas.

Os aeroportos de Lisboa e Porto devem ser geridos pela mesma empresa de aeroportos? Não há aqui um monopólio? Não estamos perante uma situação anti-concorrencial?

A resposta a esta pergunta Guilhermino Rodrigues foi esclarecedora: no continente, os aeroportos devem ser geridos por uma única empresa para não haver concorrência.

Se a Ota será paga por privados, por que é que é o estado a decidir a estratégia e por que é que tal não é feito pelo mercado? Por que é que não podem existir dois aeroportos em Lisboa geridos por entidades diferentes?

Guilhermino Rodrigues não respondeu directamente a esta questão. Mas mostrou em resposta a outras perguntas e na sua intervenção que é um adepto da planificação centralizada não concebendo por isso qualquer tipo de concorrência entre aeroportos ou qualquer tipo de opção que não seja controlada por um decisor central. Percebeu-se que a Portela+1 foi descartada porque quem decidiu imagina-se a gerir os dois aeroportos, teme os custos administrativos de gestão de dois aeroportos e acredita nos ganhos de escala que um único aeroporto permite. Foram ignoradas as vantagens para o consumidor da concorrência entre dois aeroportos. Esta decisão foi tomada essencialmente por motivos ideológicos e reflecte a mentalidade planificadora dos políticos e gestores públicos que tomam este tipo de decisões.

ASSIM NÃO VALE A PENA BLOGAR...


Atacando tudo e todos por detrás de máscaras. Agora marram, anonimamente, contra Proença de Carvalho e António Barreto. São um vexame para a blogosfera de comentário político.

Amantes Involuntários de Arte Moderna

Joe Berardo persiste na sua chantagem ao estado português. Após ter investido voluntariamente milhões numa colecção privada de arte moderna, o empresário já não parece disposto a gastar o que quer que seja num domicílio para o seu espólio. Berardo pretende que os contribuintes portugueses lhe ofereçam graciosamente uma sede para guardar a sua colecção. E não pode ser uma sede qualquer. Tem que ser algo em grande, que lhe imortalize o nome. Tate. Getty. Thyssen-Bornemiza. Berardo. Já todos percebemos que a chantagem vai resultar.

Nota: sobre este assunto, ver este post publicado na Formiga Bargante. Vale a pena seguir os links.

Um país de eventos...

«Portuguese Soccer Near Collapse After $1 Billion Arena Spending»
(via Contrafactos&Argumentos)


19.2.06

Quem será o benfeitor que o anda a pagar?

Ministro admite Serviço Nacional de Saúde pago em parte pelos utentes

A ler:

Nojo, por FTA

REMINISCÊNCIAS

>
Amin al Husseini, o mufti de Jerusalém, com o seu grande amigo e aliado
(Muito bem lembrado por André Azevedo Alves, n' O Insurgente)

HOJE É DIA DE SÓ SE VER TV CABO...





















Credulity, Superstition, and Fanaticism, A Medley, William Hogarth, 1762

Toujour, non!

Em França prossegue a saga autista rumo ao abismo: agora pretendem introduzir normas que bloqueiam a hipótese de entrada de capitais frescos na economia, impedindo opa's hostis sobre empresas francesas e querem criar impostos extraordinários, taxando os «super-lucros» das empresas.
(Nota: se este negócio tivesse ocorrido em sentido contrário, a França, em «estado de choque» alegaria certamente um ataque à sua «soberania cultural»....)

18.2.06

«credibilidade» II

- O «Conselho Deontológico» do SJ, não fazendo uso do contraditório, crítica jornalistas da agência política Lusa, por falta de contraditório.....

«Determina» ainda esta coisa espantosa: ?escrever ?fonte do Ministério da Ciência? não é citar uma fonte não identificada?.

Credibilidade

De uma «Entidade Reguladora da Comunicação Social» que nasce violando a lei não se poderá esperar grande coisa.
Fico até surpreendido como os seus membros aceitaram pessoalmente tal cambalacho, destruíndo desde logo qualquer tipo de credibilidade da nova instituição, que sempre surgirá como um braço do bloco central de interesses.

17.2.06

Questão:

Se um cidadão tiver no quintal um poço e utilizar essencialmente energia solar, poderá a sua habitação ser considerada «devoluta», para efeitos fiscais?

TENHAM VERGONHA NA CARA (que não revelam)

Os blogues de comentário político servem para muitas coisas. Exprimir opinião, ensaiar a sua divulgação, tentar impor uma visão. Até considero curial que se dê voz a um rumor ainda não confirmado. E, também, ainda que com limites, admito que se use o blogue como instrumento de defesa dos interesses da corporação que emprega os autores ou dos seus amigos mais necessitados.
Mas há regras mínimas de decência nesse jogo. A primeira, a mais inequívoca, será a de saber quem está por detrás do nickname que escreve os textos. Sobretudo, quando estes permanentemente insinuam, acusam, desvalorizam, insultam e fazem uma santa guerra a tudo e todos que não têm a Graça de partilhar as suas opiniões.
Vem isto a propósito deste blogue (não de todos os seus participantes mas, infelizmente, daqueles que o têm matizado em demasia). Ultimamente anda assanhadíssimo contra Pacheco Pereira. Mas, em vez de tentar desmontar as suas razões, prefere expelir contra o autor do Abrupto qualificações deste género:
«snob arrogante, convencido e egocêntrico para não dizer muitas vez um bluff insuportável».
Será que uma coisa destas constitui um livre exercício de opinião? Idóneo? Legítimo?
Julgo que não. Sobretudo, mas não só, porque quem injuria desta forma não dá a cara. E ao se acobertarem na sombra do anonimato não permitem um contraditório claro e digno. Leal.
Do mesmo modo, o rancor destes encobertos vira-se para os que ousam rebater as suas lindas versões acerca das vicissitudes naquilo que julgam ser a sua coutada, a Justiça: «Até quando teremos que aguentar os palpites avulsos e opiniões particulares de comentadores como Eurico Reis ou Pinto Ribeiro?»
Uma vez mais, a confusão é evidente - Pacheco Pereira, Eurico Reis e Pinto Ribeiro, põem a cara onde têm as suas opiniões. Não se ocultam, não atiram a pedra e escondem a mão, o braço ou o resto do corpo. Sabemos quem são, o que fazem e o que pensam. Até podemos ajuízar da congruência entre o que dizem e como agem. Quem os ataca, não.
Por isso, concordando ou discordando das suas visões, prefiro «aguentar os palpites avulsos e opiniões particulares» de pessoas assim do que aturar o estilo embuçado dos seus detractores.
E não gostaria que esse caminho, sinuoso e sorrateiro, fizesse estilo na blogosfera.

Blogue Recomendado

Desiquilibrios

«Parlamento Europeu defende liberdade de expressão e independência dos media.
Uma minoria de socialistas, entre os quais a portuguesa Ana Gomes, considerou o texto "desequilibrado", por não colocar a ênfase no problema da islamofobia.»
(no Público)
Pois, eu também acho mal a limitação da liberdade de expressão das comunidades muçulmanas impedidas de usar o véu em França....

O FRE(i)NTISMO QUE ESTÁ NA MODA ou a minha homenagem a Daniel Oliveira (título corrigido)

Cortesia Dario Castillejos, Imparcial de Oaxaca, Oaxaca, Mexico

O Blasfémias Feito Pelos Seus Leitores

Num early morning e-mail, vinha a pungente história das maminhas da humilhada Inês. Um exclusivo Blasfémias.

A Farsa de Inês

No início do ano lectivo a minha filha Inês, voltou um dia para casa em grande choradeira. Um dos colegas, na aula de Educação Visual, tinha feito um desenho dela com as maminhas de fora. Fiquei como é óbvio muito aborrecido. Na nossa família prezamos desde sempre os valores da decência, e tal atitude deixou-nos indignados.

Há cerca de um mês os colegas de turma fotocopiaram e divulgaram esse desenho. Para além disso uns nossos amigos, mais conservadores, tiveram conhecimento da situação e incentivaram-nos a tomar atitudes mais vigorosas. Protestámos, insurgimo-nos e conseguimos que o autor do desenho pedisse desculpas. Não nos pareceu suficiente. Exigimos desculpas públicas do presidente do Conselho Executivo, que se recusou a fazê-lo. Face a isso não nos restou outra alternativa que não avançar para outras formas de protesto.

Nós e os nossos amigos passámos a abordar os colegas de turma da minha filha no seu trajecto para a escola e rasgámo-lhes a roupa. Primeiro ao autor do desenho, depois aos colegas de turma e agora até já aos garotos de outras turmas. Mesmo assim não conseguimos que o Presidente do Conselho Executivo pedisse desculpas.

O sr. Freitas, director da Escola Básica ainda veio pôr água na fervura, mas foi o máximo que conseguimos. A Kika, amiga da Inês, anda a fazer desenhos dos rapazes todos da turma com a pila de fora em sinal de repúdio. Na C+S já falam em fazer T-shirts da minha Inês e respectivos atributos. Isto vai contra tudo o que é tolerável.

Os Presidentes dos Conselhos Executivos da nossa terra (com excepção do sr. Freitas), revelam um total desrespeito pela minha Inês e pelos nossos valores enquanto família. Vamos tentar apanhá-los também às portas das respectivas escolas, e desnudá-los integralmente. E levaremos este propósito até onde for preciso. Nem com todos os elementos da comunidade escolar sem roupa, deixaremos de nos insurgir contra o exposição das maminhas da Inês.

JP

Para que servem as Forças Armadas?

As Forças Armadas deveriam servir para, entre outras coisas, garantir a segurança dos cidadãos e a sua liberdade de expressão. Mas de acordo com com Freitas do Amaral é ao contrário: a auto-censura dos cidadãos é que deve garantir a segurança das forças armadas em missões no estrangeiro.

Os amigos dos trabalhadores II


Creio que não se trata de um problema do tipo ou estás caladinho ou perdes o emprego. Quem protesta contra a directiva Bolkestein faz bem em falar. Está obviamente a defender os seus interesses de classe média instalada ou de elite bem pensante. Só que são pessoas que não defendem nem o bem comum nem os trabalhadores dos países mais pobres como é o caso de Portugal. A directiva Bolkestein na sua formulação original seria o melhor que poderia acontecer quer à economia europeia como um todo quer aos trabalhadores dos países mais pobres. O facto de os sindicatos dos países ricos estarem contra é sintomático do ponto a que chegou a solidariedade entre os trabalhadores europeus. Claro que os sindicatos têm toda a legitimidade para defender os seus interesses, mas não podemos ser ingénuos ao ponto de supor que eles estão a defender o bem comum ou os trabalhadores mais pobres da Europa.

PS - Joana Amaral Dias admira-se por esta directiva não estar a ser contestada em Portugal. Pois claro que não está. Também não está a ser contestada pelos canalizadores polacos. Apesar de tudo, os portugueses ainda vão percebendo quais são os seus interesses.

Que mal lhe fez?

SCML ameaça fechar site euromilhões.com
(via DoMelhor)

HOJE: DEBATE OTA/TGV NO ATENEU DO PORTO

Hoje, às 21.30 horas, no Ateneu Comercial do Porto, realizar-se-á um Debate sobre a questão OTA /TGV.
O painel será constituído por:
- António Guilhermino Rodrigues (Presidente do Conselho de Administração da ANA/NAER)
- Alberto José Castanho Ribeiro (Administrador da REFER/RAVE)
- Carlos Brito (Provedor do Cliente do STCP /subscritor da petição à AR)
- Paulo Morais (Professor Universitário /subscritor da petição à AR)
O moderador será Jorge Fiel, jornalista do "Expresso".
A entrada é livre.

P.S. Face aos últimos acontecimentos, não sei se Rui Rio comparecerá, embora sentado na plateia, para ser informado do que se passa...

Poder de mercado

Nas discussões sobre monopólios há um conceito que eu nunca percebi o que significa: o "poder de mercado". A empresa dominante teria "poder de mercado" sobre o consumidor e sobre os restantes competidores pelo que seria necessária uma autoridade reguladora. O problema é que esta teoria não explica porque é que as duas únicas entidades que podem neste momento impedir a compra de uma empresa dominante por uma 4 vezes mais pequena são o estado e as autoridades reguladoras. A mim parece-me que se alguém tem o tal "poder de mercado" esse alguém são as entidades públicas que podem a qualquer momento inviabilizar coercivamente negócios voluntários entre agentes económicos privados.

Big Brother em crescendo

Casas desocupadas e sem consumo de água e luz vão pagar o dobro de IMI.

Tal como a administração americana pretende que a Google lhe forneça dados de cidadãos, o governo português vai exigir à EDP e às empresas de abastecimento de água que lhe forneçam os nossos consumos. Para um objectivo supostamente muito nobre - combater a desertificação dos centros urbanos - dá-se mais uma machadada nas liberdades individuais, com o imiscuir na vida privada e o aumento da tributação e da complexidade fiscal.

Há no entanto alternativas para estancar a fuga das cidades: a total liberalização do arrendamento, designadamente no que concerne aos despejos. As escolhas aumentariam, as liberdades individuais também.

Os amigos dos trabalhadores

Algumas empresas portuguesas até poderiam prestar serviços no Reino Unido ou em França, o que até poderia garantir alguns empregos. Mas graças aos protestos dos defensores dos trabalhadores contra a directiva Bolkestein, provavelmente não vão ter condições para competir nesses mercados.

16.2.06

Absoluta Estupefacção


Lido e relido, página a página, artigo a artigo. Da frente para trás e de trás para a frente. Procura-se o habitual artigo em que se diz que ele protesta, ele sugere, ele relembra, ele critica, ele propõe, ele denuncia, ele processa, ele acusa, ele ataca, ele defende, ele nega, ele mente, ele desmente, ele quer, ele não quer, ele talvez queira, ele desgosta ou ele está contra, meio contra ou a favor. Não há.

Erro de paginação? Férias? Cansaço? Ignora-se a razão do surpreendente acontecimento, mas o que é notícia hoje, no caderno Local Lisboa, do Público, é não haver absolutamente nenhuma notícia sobre José Sá Fernandes.

Os estóicos já não são o que eram....

«Marco Aurélio vota contra resolução que proíbe nepotismo».

A ler:

As certeiras questões que se podem colocar sobre a agência Lusa.

Prevenção

Perante as declarações de Alberto Costa sobre mudanças no processo penal, a agenda mediática resolveu pegar apenas na questão das escutas telefónicas.
Mas a meu ver, mais importante, é o anúncio da redução do prazo da prisão preventiva. É um bom sentido, mas manifestamente insuficiente: ninguém deveria poderia estar detido sem ser acusado formalmente e poder dessa forma utilizar todos os meios de defesa, .
O regime actual pelos vistos será mitigado mas manterá o seu princípio básico : detenção para investigação. O que é uma forma de poder que nenhuma autoridade deveria deter, por ser abusivo, excessivo e ameaçador da liberdade individual e geral.

JSM


[Sergei]

Estou a ver a coisa a andar para trás...

Mário Lino quer continuação da "golden share" na PT.

Notícia do dia!



Nota: um excelente contributo para a preservação da memória colectiva, aqui, estando de parabéns os seus autores Carlos Portelo e Luís Pereira

OS FUNDAMENTALISTAS DO LADO DE CÁ


A Opus Dei quer alterações ao filme "The Da Vinci Code" que se encontra em fase de pós-produção e cuja estreia está aprazada para o próximo dia 17 de Maio.
Segundo essa controversa seita católica, a Sony Pictures deverá modificar cenas já acabadas do filme antes da sua estreia, visando evitar choques com os crentes (leia-se, com eles próprios) "particularly in these days in which everyone has noted the painful consequences of intolerance".
Este extraordinário pedido público surge, assim, ancorado nos recentes e tristes acontecimentos no mundo muçulmano, relacionados com a crise dos cartoons, a que esta organização extremista não resiste a fazer um espantoso paralelo.
A Opus Dei afirma que "It is not enough to offer to the offended party the opportunity to defend itself while the offence continues. Correct behaviour is to avoid offence while it is still possible" - no actual contexto internacional, esta posição é, no mínimo, estranha. Ou talvez não. Poderia ser assumida por qualquer Íman numa oração à sexta-feira a propósito dos cartoons. As demais ameaças, por muita vontade que possa existir, é que já não podem ser ditas do lado de cá - é que a nossa civilização há muito que fez a higiénica separação das águas que outras não conseguiram. Embora, pelos vistos, para desgosto de alguns.
"The Da Vinci Code offers a deformed image of the Catholic Church", assegura a Opus Dei. No entanto os muitos milhões que leram o livro de Dan Brown - o maior best-seller internacional dos últimos anos - sabem bem que a obra (e, supostamente, o filme) apenas revela alguns aspectos mais camuflados da Opus Dei, faz uma interpretação um pouco bizarra dos inícios do cristianismo, mas está longe de atacar a igreja católica. Aliás o romance anterior de Dan Brown, "Anjos e Demónios" já foi classificado diversas vezes como uma obra ultra-católica...
Resta saber se a Sony resiste ou assume uma posição lamentável freitista...

O regresso do discurso religioso.


Episódios recentes marcaram, de alguma forma, o regresso do discurso religioso à política portuguesa. As particularidades dos episódios, os enquadramentos concretos, o nome dos protagonistas, tudo isso se torna relativamente menos importante do que esta constatação mais simples: regressou o discurso religioso.

Não será, porventura, de estranhar, uma vez que o discurso político com base religiosa registou importantes resultados, não apenas em ditaduras teocráticas, mas também em países democráticos, com destaque para uma das principais Democracias do mundo, os EUA. Em "A charge to keep", publicado em 1999, G.W. Bush prenunciou alguns dos temas que lhe foram caros nos dois mandatos presidenciais que conquistou ulteriormente.

A ligação entre religião e política não se iniciou em 1999, no caso dos EUA. Para M.L. King, discursando em 1963: "I have a dream that one day every valley shall be exalted, and every hill and mountain shall be made low, the rough places will be made plain, and the crooked places will be made straight; and the glory of the Lord shall be revealed and all flesh shall see it together." Muito antes disso, P. Henry, em 1775, proclamava que "Forbid it, Almighty God! I know not what course others may take; but as for me, give me liberty or give me death!"

Poderemos perguntar-nos: porquê o regresso do discurso religioso em Portugal, em 2006? Uma segunda reflexão, contudo, poderá encaminhar-nos para a pergunta certa: porque razão só em 2006 regressou o discurso religioso em Portugal? De facto, em grande parte da nossa História, tal como notou A. de Quental, a ligação entre poder político e poder religioso foi, sem dúvida, importante. Para além disso, poderá não ser necessário ir a outros continentes para encontrar quem não se reveja na separação entre sociedade e religião.

Nesta perspectiva, interessará explicar as causas deste regresso, ou, se quisermos, do final desta hibernação. Não será de colocar imediatamente de lado a hipótese de inserção num movimento político/intelectual internacional, nem será tão pouco de deixar de ter em conta o alargamento do espaço temporal relativamente a 1974.

Temos, contudo, que contemplar ainda outra hipótese: o discurso religioso pode ser visto como um instrumento importante para captar votos. Tal acontece na medida em que se estimula, no espírito do votante, uma confusão (criticável, na nossa opinião) entre a mensagem política e a mensagem religiosa - em particular, promove-se uma mistura de sentimentos.

Tendo surgido a ocasião, consumou-se o regresso do discurso religioso, não se sabendo se tendo em conta, não tanto o momento presente, mas antes o futuro.

José Pedro Lopes Nunes

Multilateralismo

Não percebo esta preocupação com o Irão e as suas centrais nucleares. Estou certo que este problema pode ser resolvido no âmbito das Nações Unidas.

Liberdade de imprensa III

Lições:
1. Utilizar sempre usb pens para guardar todas as informações relevantes.
2. Recorrer mais frequentemente ao gravador de cd/dvd's
3. Formatar regularmente o disco rígido.
4. Telefonar usando skype ou voipbuster.
5. Não escrever em sites/blogs registados em domínios portugueses.

Liberdade de Imprensa II

Vieram-lhe parar às mãos provas de que alguém teve acesso ilegal a dados pessoais? Pretende denunciar o caso? Não faça isso, não se desgrace. Ainda acaba acusado de acesso ilegal a dados pessoais.

OTA E TGV EM DEBATE

Na próxima sexta-feira, dia 17, às 21.30 horas, no Ateneu Comercial do Porto, realizar-se-á um Debate sobre a "Importância dos grandes Projectos Estruturantes - nomeadamente TGV e OTA - na afirmação da Área Metropolitana do Porto no contexto do Noroeste Peninsular e Nacional" (uff...).
O painel será constituído por:
- António Guilhermino Rodrigues (Presidente do Conselho de Administração da ANA/NAER)
- Alberto José Castanho Ribeiro (Administrador da REFER/RAVE)
- Carlos Brito (Provedor do Cliente do STCP /subscritor da petição à AR)
- Paulo Morais (Professor Universitário /subscritor da petição à AR)
O moderador será Jorge Fiel, jornalista do "Expresso".
A entrada é livre.

Um (dois?) país, dois sistemas

«A selecção de Portugal e a sua congénere madeirense empataram ontem 0-0, em encontro da segunda jornada da 10.ª edição do torneio internacional sub-20 da Madeira em futebol.»
(no Público)

Útil

Locais em Portugal com acesso de internet sem fios: aqui.
(via B2OB)

Se Alguém Me Encontrar Hoje...

1. Ninguém me bateu.
2. Não caí.
3. Não está a nascer nenhuma protuberância na testa.

Fui apenas vítima do péssimo design de um automóvel. Sim, o canto superior daquela porta está mesmo à altura da testa de quem tenta entrar rapidamente no carro para fugir à chuva, a 34 cm de distância do eixo do puxador.

Ontem bati com o canto da porta na testa e nasceu-me um galo, o que me deixou extremamente preocupado por causa da gripe das aves.

Hoje a porta atacou-me novamente e fez um buraco no galo de 2 cm de comprimento.

Muito sangue, muitos ai, ai, ai, coitado, a testa etiquetada. Isto até dava um filme. Modus, O Carro Assassino.

Coerência: a culpa é sempre do Bush

Parece que se os Estados Unidos não tivessem violado o direito internacional, se não tivessem cometido um erro estratégico, se não tivessem ferido o orgulho do islão, se não se tivessem armado em polícias do mundo, em suma, se não tivessem invadido o Iraque, poderiam agora, armados em polícias do mundo, cometer o erro estratégico de invadir o Irão, violando o direito internacional e ferindo o orgulho do islão.

Leituras recomendadas

The myth of natural monopoly: PDF

A Critique of Neoclassical and Austrian Monopoly Theory

MONOPOLY AND COMPETITION: 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7

Cartels as efficient productive structures: PDF

15.2.06

Caricato

As declarações (as primeiras) do Primeiro-Ministro sobre a questão das caricaturas, esclarece, finalmente, que a «Nota» do MNE é a posição oficial do governo. Nesse aspecto, não há de facto nenhuma divergência: nem uma palavra sobre a liberdade de expressão, nem uma palavra sobre os tumultos, ameaças e violências ocorridas contra Estados parceiros. Nada.
É certo que, ao contrário do MNE, não faz declarações teológicas ou propostas futebolísticas, mas pronto, tudo tem o seu momento e lugar próprio....

Memórias de Uma Campanha Distante

"No Programa do PS está tudo claríssimo, nós não propomos o casamento entre homossexuais, não propomos a adopção de casais por casais homossexuais", afirmou José Sócrates no final do jantar-comício. Desvalorizando o desafio de Santana Lopes, o líder socialista aconselhou o seu adversário a "concentrar-se nos problemas dos portugueses e de Portugal e que não faça desta campanha o que fez no Governo, uma campanha de episódios".
José Sócrates, Campanha Eleitoral para as Legislativas, 30/1/2005.
A Juventude Socialista apresentou hoje em Conferência de Imprensa o Anteprojecto de lei que permitirá o casamento entre pessoas do mesmo sexo.

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Liberdade de Imprensa

PJ efectua buscas no "24 Horas" por causa do "envelope 9"

Casa do jornalista Jorge Van Kriken também foi alvo de buscas

Um juiz de instrução, um procurador do Departamento de Investigação e Acção Penal e investigadores da Polícia Judiciária entraram hoje de manhã na redacção do jornal, na Avenida da Liberdade, em Lisboa, onde dedicaram particular atenção ao computador de um dos jornalistas autores das referidas.


O caso do "envelope 9" levantou questões sérias sobre a forma como se faz investigação em Portugal. A publicação da notícia pelo "24 Horas" foi muito pertinente. Quando a notícia chegou ao "24 Horas", o segredo de justiça já tinha sido violado, sendo parte da responsabilidade atribuível a quem, do lado da investigação ou dos tribunais, devia ter procedido à eliminação de documentos não essenciais. Mas quem é que é alvo de buscas? O jornal que revelou o caso e que tem uma reputação a manter perante as suas potenciais fontes. Se isto não é uma retaliação, parece ...

PS - Existem umas pen drives muito boas onde se pode meter muita informação encriptada e mesmo alguns programas para aceder à internet de forma confidencial. São baratas, portáteis e podem ser escondidas em qualquer lugar.