27.11.06

OTA: o embuste!

Na sequência da notícia do Público de que o OTA iria ter um acrescento inicial de obras/custos, fomos bombardeados com uma barreira comunicacional que insistiu em meia dúzia de ideias chaves: «atraso» na constução e «adiamento da sua conclusão de 2012 para 2017», pelo que se justificaria a «antecipação de um investimento já previsto», de modo a «fazer face à procura». Tretas que muitos se deram ao cuidado de repetir à exaustão. Sem fazer o trabalhinho de casa:###
- Não há atraso nenhum: foi este governo que no ano passado tomou a decisão de construção do aeroporto.
- Não há adiamento nenhum da sua conclusão: o projecto do novo aeroporto foi apresentando no dia 22/11/05 sob o lema «Lisboa 2017, um aeroporto com futuro».
- O que há, passado um ano é a tentativa de correcção de um erro. É que ainda em Abril do ano passado Mário Lino dizia: «De acordo com o ministro, a solução da Ota, tal como está desenhada, dará uma capacidade anual de tráfego na ordem de 30 milhões de passageiros, ao passo que, com a extensão de capacidade prevista, o Aeroporto da Portela deverá atingir um valor próximo, 23 milhões.» (PD)
- Sucede que o projecto inicial da OTA apenas previa uma capacidade 20 milhões. O que na prática tornava a sua construção totalmente inútil. O que se fez agora, um ano depois da decisão inicial, foi alterar a capacidade inicial para uns «impressionantes» 25 milhões em 2017.
Para disfarçar o embaraço da coisa, alegaram-se então os tais «atrasos» e «adiamentos». Tudo um embuste.
Em 2005, na pressa de anunciar um novo aeroporto, pegou-se num projecto totalmente desfazado no tempo. Agora, tentam colocar-lhe uns remendos. Mas nunca será o famoso «hub», e de acordo com os dados do próprio governo estará obsoleto na data da sua finalização. Mais. A zona de implementação da OTA, não poderá suportar obras que lhe permitam ultrapassar significativamente os 30 milhões de passageiros. Já Rio Frio permitiria uma expansão futura muito mais significativa..
No entretanto: mantêm-se os 450 milhões de euros para a expansão da Portela, mais os 200 milhões para lá por o Metro. Quase o mesmo que custaram as obras em Barajas (Madrid) para passar de uma capacidade de 25 milhões para 70 milhões.....
Nota: Estudos inconvenientes