As eleições para o Parlamento Europeu têm, como pano de fundo, algumas questões fulcrais da "agenda europeia". E já nem falo naquela que é, estruturalmente, a questão mais premente e decisiva (actualmente, ainda num impasse): a "Constituição" Europeia (avança ou não? e em que termos?; avançando, quais as mudanças que, porventura, serão introduzidas no projecto convencional Giscardiano, em sede de re-negociação inter-governamental?, etc., etc.)...
A questão Turca começa, agora, a debater-se com mais mediatismo, na medida em que a União Europeia deverá decidir, em Dezembro do corrente ano, se e quando serão, ou não, abertas as negociações com vista á adesão daquele Estado de maioria muçulmana (fixando o respectivo calendário). A Comissão tem, presentemente, em curso, a elaboração de um relatório que servirá de base para a tomada de uma decisão. Já tivemos oportunidade de postar sobre esta questão Turca (O Califado Europeu, 9.05.2004). Outros também já o fizeram.
Alguns Estados comunitários já "adoptaram", em termos de discussão política interna, o problema da eventual adesão da Turquia à EU. A questão é complexa e, naturalmente (como está em voga dizer-se) fraccionante.
Seria bom que a campanha relativa às eleições para o PE reflectisse o debate (será que entre nós existe? ... até agora ainda não notamos!) sobre a questão Turca!
Que posição deverá Portugal defender? Vantagens vs inconvenientes da possível adesão ou não adesão? Que soluções para os riscos de formação de um eventual Califado Europeu (título de uma posta do Nova Frente, a propósito de um livro recente de Alexandre del Valle), a partir da integração da Turquia? Será que os critérios/requisitos estabelecidos pela UE (Critérios de Copenhaga) já se verificam efectivamente, no quotidiano Turco?
Aguardamos a posição dos nossos partidos....