
Não creio ter visto ou ouvido, até agora, qualquer associação ou declaração da Câmara Municipal do Porto ao estrondoso triunfo do Futebol Clube do Porto na Liga dos Campeões Europeus e à genuína alegria popular a que se tem assistido nas ruas da cidade. Parece que o Presidente do executivo camarário tem uma embirração pessoal pelo Presidente do FCP, a quem acusa de ser uma personagem dominadora e autoritária.
Ora, para quem não saiba, a Câmara Municipal do Porto é uma entidade política, representativa de uma importante comunidade, que exerce legitimamente uma fasquia de significativo poder local, através de um órgão democraticamente eleito. O Presidente da Câmara não é exactamente a Câmara, nem com ela deve ser confundido. Nem vemos, sequer, que a opinião do Presidente da Câmara corresponda à da totalidade da vereação, desde logo da que foi eleita pelo C.D.S., que tem desde há uns dias um ilustre dirigente seu - o Dr. António Lobo Xavier - a número dois do FCP e a braço direito de Pinto da Costa.
Ao impor a sua vontade a todo o executivo camarário, o Dr. Rui Rio está, no fim de contas, a cair no mesmo erro que imputa ao sr. Jorge Nuno Pinto da Costa. Com a diferença de que este lidera uma instituição desportiva que pertence à sociedade civil, e aquele exerce um cargo político, representativo de uma comunidade.
Por isso, é bom que quanto antes a Câmara Municipal do Porto faça o que é sua obrigação fazer: felicitar o FCP e associar-se, na medida do possível, às festividades. O Dr. Rui Rio, pelo seu lado, que faça o que melhor entender.