...ou como a velha sabedoria popular acaba sempre por se impor!
Depois das elevadas (e de grande pertinência política!) declarações do jovem J.Almeida sobre Sousa Franco (o tal "senhor careca e de óculos esquisitos", segundo este recém-incontornável jota-deputado), o facto é que outro ainda jovem, mas concerteza muitíssimo "maduro" e vivido deputado, afecto à "Força Portugal", também do CDS-PP, permitiu-se qualificar publicamente o dito cabeça de lista do PS como exemplo de "incoerência de vida"...
Não está disponível nenhum link para tais declarações de Nuno Melo que, contudo, foram proferidas no decurso de um debate/forúm sobre as eleições ao PE (com a participação de alguns telespectadores, pelo telefone), promovido pela RTP 2 (rectius,a "2"), ontem à noite (1 de Junho)!
É curiosa a ligeireza com que, apesar do contexto de refrega político-partidária, apesar do ambiente de campanha, certos "jovens" se permitem discorrer e qualificar PESSOALMENTE os adversários que até poderiam ser seus pais (e, sobretudo, deixam, publica e reconhecidamente, obra feita na denominada "sociedade civil" - quer concordemos ou não politicamente com as respectivas opções e posicionamentos).
Mas, Nuno Melo acabou, no decurso da sua participação em tal programa, por nos revelar (de forma inconsciente) a verdadeira razão da crónica e insistente abstenção que normalmente varre as eleições para o PE:
apreciando a composição da lista que mais directamente se opõe à sua "Força Portugal", disse que esta era composta ou por ex ministros Guterristas, com quem se queria "arrumar" internamente ou então, por outros políticos do PS que, apesar de tudo, em algum momento, se tinham já mostrado incómodos - sendo certo que, em ambos os casos, o objectivo era "mandá-los para o PE", de forma a que (falando directamente) não chateassem e se tornassem inócuos! - conclusão nossa.
Ora, cá está: é isto que uma boa parte das estruturas partidárias pensa sobre o PE! Uma espécie de "prateleira dourada" para colocar em "banho maria" quem, por alguma razão, faz mossa cá dentro! Foi isto que (inconscientemente) Nuno Melo (não) disse e pensou!
Assim sendo, faz todo o sentido que, sistematicamente, no decurso da presente campanha, se discuta quase tudo e, sobretudo, quase nada tenha a ver com a União Europeia!
Faz também todo o sentido que uma larga maioria dos portugueses se desinteresse das eleições em causa, já que, bem vistas as coisas, a mensagem transmitida é a de que o PE (e a União Europeia, a Integração, etc., etc.) serve para, prioritariamente, serem escoados os políticos que, ou por conveniência, ou por irrelevância, é bom que não estejam cá dentro!
A abstenção mais não é, bem vistas as coisas, do que um mero caso de sabedoria popular!