Morreu Ronald Reagan: o registo do desaparecimento de uma personagem decisiva na história recente, indelevelmente ligada à ultrapassagem da "guerra fria" e aos prenúncios da "nova" ordem transnacional (global) que hoje vivemos.
Como sempre sucede na Europa (intelectual), muitos criticaram o antigo cowboy de filmes populares e menores que chegou a Presidente da América; muitos adjectivam o seu percurso na Casa Branca como puro marketing político (alguém pensaria e falaria por ele)...
Na Europa (intelectual) talvez não se goste de Presidentes assim: com ideias e planos estratégicos claros, com capacidade de decisão, actuando com firmeza e eficácia. Não se gosta muito de homens comuns que chegam a Presidente; desconfia-se de quem não tenha uma espécie de "certificado de garantia" de pertença à famigerada classe intelectual (seja lá isso o que for!). Enfim, na Europa (intelectual) não se gosta muito de Presidentes como Reagan, sem pedigree académico e que sempre se foram fazendo a si próprios, sobretudo, se não forem de esquerda. Se o forem, normalmente são "autodidactas", caso contrário (não sendo de esquerda) são habitualmente, para a imprensa e para os ditos intelectuais superiores e bem pensantes, "ignorantes" ou mesmo "estúpidos" e inesgotáveis fontes produtoras de "gaffes" que demonstram a tese dessa sua inevitável "estupidez".
Principalmente se, como Ronald Reagan, estiverem ligados, directa ou indirectamente, a essa lamentável queda de um muro, em Berlim...
