Crónica publicada na Dia D 2m 2/Fev/2007
Quando Fidel Castro ainda deambulava pela Sierra Maestra, o desenvolvimento económico de Cuba era comparável ao de um outro país da América Latina, que, anos mais tarde, também viria a ser governado por um ditador, Augusto Pinochet.
Se os estilos são distintos, também há muitas parecenças entre Fidel e Pinochet. Como acontece com quase todos os déspotas que se julgam iluminados, ambos impuseram rígidas normas de conduta à sociedade, baseadas em códigos morais e éticos que acreditavam trazer glória e fortuna às suas pátrias. Sem condescendência pelas vozes discordantes, conservaram o poder à custa de uma fortíssima castração das liberdades individuais dos cidadãos. Tanto no Chile como em Cuba há milhares de vítimas a lamentar.
Quase tudo é parecido mas os resultados foram bem diferentes. Enquanto Cuba se transformou num dos países mais pobres do continente americano, o Chile tornou-se na nação mais próspera da América Latina.###
Um grau de liberdade separou o percurso das duas ditaduras. A liberdade económica. O regime cubano apostou na completa estatização da economia, na inibição da livre actividade económica de pessoas e empresas, na apropriação dos activos estrangeiros, na quase total proibição de investimento externo, na limitação às importações e exportações excepto para as trocas públicas com um número limitado de países socialistas, na manipulação da moeda pelo poder político e na gestão centralizada de toda a actividade económica. No Chile, a partir do momento em que um grupo de economistas formados em Chicago conseguiram convencer a junta militar a libertar a economia, o caminho seguido foi o oposto. Privatizações, abertura ao investimento estrangeiro e liberdade económica. Passado o choque inicial, o Chile começou a crescer a um ritmo invejável.
O Chile não será ainda um país rico segundo padrões europeus, subsistem largas bolsas de pobreza e tem um longo caminho a percorrer. Mas a evolução foi notável e na comparação com os cubanos, os chilenos fazem figura de milionários.
Há uma outra diferença entre as duas ditaduras. Uma ainda dura, a outra não. Um ditador pode conseguir manter-se no poder à custa da ignorância e da miséria dos governados, do culto da personalidade e da mentira oficial, mas não é possível esconder o mundo a uma nação de comércio livre. Quando os homens se apercebem que não precisam de um estado paternalista para viverem as suas vidas, deixam de acreditar em soberanos providenciais. A riqueza e o bem-estar que a liberdade económica proporciona são as sementes para a necessidade de todas as liberdades. Os chilenos conquistaram-nas ainda nos anos 80.
No relatório de 2007 sobre liberdade económica, publicado pela Heritage Foundation e pelo Wall Street Journal, o Chile aparece como a 11º economia mais livre do mundo, ao lado de todas as nações ricas ou de grande crescimento económico. Cuba está em penúltimo lugar, apenas à frente da Coreia do Norte, e ligeiramente atrás de outro país da América Latina que parece querer seguir-lhe o método, a Venezuela.
Há ainda uma outra dissemelhança entre as duas ditaduras. A absoluta e merecida intolerância com que Pinochet foi sempre tratado pela imprensa ocidental contrasta com a passividade, paciência, desculpabilização e por vezes indisfarçado entusiasmo que sempre escoltaram o ditador cubano nestes anos de continuado empobrecimento da nação cubana. E, certamente, não faltarão os panegíricos na hora fúnebre que se aproxima.
Se os estilos são distintos, também há muitas parecenças entre Fidel e Pinochet. Como acontece com quase todos os déspotas que se julgam iluminados, ambos impuseram rígidas normas de conduta à sociedade, baseadas em códigos morais e éticos que acreditavam trazer glória e fortuna às suas pátrias. Sem condescendência pelas vozes discordantes, conservaram o poder à custa de uma fortíssima castração das liberdades individuais dos cidadãos. Tanto no Chile como em Cuba há milhares de vítimas a lamentar.
Quase tudo é parecido mas os resultados foram bem diferentes. Enquanto Cuba se transformou num dos países mais pobres do continente americano, o Chile tornou-se na nação mais próspera da América Latina.###
Um grau de liberdade separou o percurso das duas ditaduras. A liberdade económica. O regime cubano apostou na completa estatização da economia, na inibição da livre actividade económica de pessoas e empresas, na apropriação dos activos estrangeiros, na quase total proibição de investimento externo, na limitação às importações e exportações excepto para as trocas públicas com um número limitado de países socialistas, na manipulação da moeda pelo poder político e na gestão centralizada de toda a actividade económica. No Chile, a partir do momento em que um grupo de economistas formados em Chicago conseguiram convencer a junta militar a libertar a economia, o caminho seguido foi o oposto. Privatizações, abertura ao investimento estrangeiro e liberdade económica. Passado o choque inicial, o Chile começou a crescer a um ritmo invejável.
O Chile não será ainda um país rico segundo padrões europeus, subsistem largas bolsas de pobreza e tem um longo caminho a percorrer. Mas a evolução foi notável e na comparação com os cubanos, os chilenos fazem figura de milionários.
Há uma outra diferença entre as duas ditaduras. Uma ainda dura, a outra não. Um ditador pode conseguir manter-se no poder à custa da ignorância e da miséria dos governados, do culto da personalidade e da mentira oficial, mas não é possível esconder o mundo a uma nação de comércio livre. Quando os homens se apercebem que não precisam de um estado paternalista para viverem as suas vidas, deixam de acreditar em soberanos providenciais. A riqueza e o bem-estar que a liberdade económica proporciona são as sementes para a necessidade de todas as liberdades. Os chilenos conquistaram-nas ainda nos anos 80.
No relatório de 2007 sobre liberdade económica, publicado pela Heritage Foundation e pelo Wall Street Journal, o Chile aparece como a 11º economia mais livre do mundo, ao lado de todas as nações ricas ou de grande crescimento económico. Cuba está em penúltimo lugar, apenas à frente da Coreia do Norte, e ligeiramente atrás de outro país da América Latina que parece querer seguir-lhe o método, a Venezuela.
Há ainda uma outra dissemelhança entre as duas ditaduras. A absoluta e merecida intolerância com que Pinochet foi sempre tratado pela imprensa ocidental contrasta com a passividade, paciência, desculpabilização e por vezes indisfarçado entusiasmo que sempre escoltaram o ditador cubano nestes anos de continuado empobrecimento da nação cubana. E, certamente, não faltarão os panegíricos na hora fúnebre que se aproxima.