22.2.07

uma aspiração


No meu post anterior, defendi a tese que o ideal de uma sociedade livre é realizado somente quando cada um cumpre as suas obrigações para com os outros e para consigo mesmo.
.
Sendo a liberdade um valor tão importante para a nossa civilização, a próxima questão é, naturalmente, a de saber quem criou este ideal. A resposta é: Jesus Cristo. Na realidade, o cumprimento das nossas obrigações para com os outros e para com nós próprios é a mensagem essencial do cristianismo.###
.
E se o ideal de uma sociedade livre nunca foi perfeitamente realizado - permanecendo como uma fasquia à qual as sociedades humanas podem e devem guindar-se -, a verdade é que os lugares onde ele tem sido mais aproximado são - como não podia deixar de ser - os países de inspiração predominantemente cristã da Europa Ocidental e os seus descendentes espalhados pelo mundo (América, Austrália, etc.).
.
A liberdade é um ideal inerente ao cristianismo, um ideal de auto-sublimação do homem. Como escreveu um comentador ao meu post: "A Liberdade não é natural. É uma aspiração do homem. É tentar elevar-se à categoria de Deus. Acima d'Ele, nenhuma entidade. Acima do homem, nenhuma entidade - excepto Aquela que detém o poder para o igualar aos demais na mesma aspiração pela Liberdade" (anti-comuna, comentário ao post um monstro; editado).
.
Para atingir a liberdade, então, a primeira e a mais importante preocupação de todo o liberal é o respeito pelo seu semelhante e a sua prontidão para cumprir todas as demais obrigações que tem para com ele.
.
Esta interpretação da liberdade e do liberalismo - que se encontra, por exemplo, em Lord Acton - não tem nada que ver com a interpretação que lhe foi dada pela generalidade dos autores liberais do século XX (Mises, Rand, Friedman, etc.) que viram na liberdade um meio - e um meio eficaz - para cada homem prosseguir os seus próprios interesses, sem qualquer preocupação com os demais. Não é, provavelmente, necessária grande elaboração para concluir que esta interpretação da liberdade acaba, a prazo, na supressão da própria liberdade.