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6.2.07

A fraude política

Daniel Oliveira chama fraude política à proposta do NÃO de despenalizar o aborto. Até pode ser. Mas a questão é que a proposta do NÃO teve o mérito de desmarcarar outra fraude política, desta vez do SIM, quando o SIM pretendeu passar a mensagem de que o que está em causa é apenas a prisão das mulheres. Se fosse acolheriam a proposta do NÃO de braços abertos.
O pecado original da campanha do SIM é que criou incerteza e desconfiança entre os indecisos moderados pouco interessados em votar no aborto a pedido, no aborto no SNS ou no desconhecido. Os eleitores moderados querem ser convencidos, não gostam de meias verdades e detestam incertezas. É por isso que é um erro culpar a campanha eleitoral pela confusão dos eleitores. Os eleitores não ficaram confusos, ficaram melhor informados sobre a existência de zonas de sombra associadas ao SIM. Ficaram a conhecer os limites do seu próprio desconhecimento e isso é sempre positivo.

2.2.07

Política de salários elevados

Cavaco Silva e programa do Governo contrariam política de baixos salários

Os salários não mudam porque o governo decide seguir uma "política de salários elevados". Os salários são o resultado da oferta e da procura de trabalhadores. São tanto maiores quanto maior for a quantidade de capital à procura de trabalho. Uma economia de mercado tem mecanismos de auto-regulação que fazem subir os salários sempre que eles são anormalmente baixos. Se no mercado europeu os portugueses estão sub-avaliados então é natural que o capital, incluindo o chinês, prefira investir em Portugal. E se eles investirem os salários sobem porque aumenta a procura. Mas só se eles investirem. Se o governo tentar resolver o problema dos salários baixos declarando que seguirá uma "política de salários elevados" não acontece nada.

1.2.07

Mas o que conta são as boas intenções

O apagão simbólico de 5 minutos previsto para hoje por causa do aquecimento global é, muito provavelmente, um desperdício de energia porque a produção eléctrica não vai parar.

Efeito prático do apagão de hoje pode ser “mais um problema que uma solução”

Aborto e o argumento demográfico

Felizmente esta campanha está a contribuir para descredibilizar o argumento demográfico. Habitualmente a demografia serve para justificar a transferência de rendimento dos estéreis para os não estéreis ou daqueles que não estão em idade fértil para os que estão em idade fértil. Tudo para compensar os efeitos negativos do estado social na natalidade e para salvar a Segurança Social. Não funciona, mas é politicamente popular. Só que no caso do aborto o argumento demográfico não pega. Quase toda a gente percebe proibir o aborto para salvar a Segurança Social ou para aumentar o número dos membros da Nação é um absurdo. É até ridículo que gente que pretende realçar a individualidade do feto procure ao mesmo tempo justificar a proibição do aborto alegando o feto precisa de ser usado como instrumento para salvar a colectividade. Não se consegue imaginar nada mais totalitário e desumano. Espero por isso que os defensores do NÃO continuem a gastar e a descredibilizar o argumento demográfico. É um favor que prestam à sociedade.