8.5.06

Como é difícil a engenharia social

Governo quer penalizar casais sem filhos

Este assunto está cada vez mais divertido. Há um político qualquer que tem uma ideia brilhante: vamos penalizar os casais sem filhos. Depois começa-se a perceber que a coisa não pode ser bem assim. Os estéreis não podem ser penalizados, afinal eles não têm culpa. Pelo que os estéreis terão que apresentar atestado médico. Uma exigência que será revertida no SIMPLEX VII, certamente. Depois, não adianta incentivar as mulheres que já passaram a menopausa a ter filhos. A não ser que o Serviço Nacional de Saúde contrate o Antinori. Quem tem mais de 50 anos está excluído. Mas será que vale a pena incentivar mulheres com mais de 40 anos a ter filhos? Não será muito perigoso? Se calhar é melhor excluir os maiores de 40. Ah, e os jovens? Será que queremos incentivar a maternidade juvenil? Claro que não, afinal o próprio estado tem programas para evitar essas situações. Seria esquizofrénico. Acho que a idade mínima de 23 é razoável. Ah, e as adopções também não podem contar. Afinal não é possível estimular o nascimento de alguém que já nasceu. Restam os feios, os que têm azar ao amor e os homossexuais. Todos isentos. Segundo a SIC, até os solteiros ficarão isentos, pelo que a medida será um desincentivo ao casamento, o que se calhar não facilitará a procriação. Não percebo se todos os solteiros ou se só aqueles que não estão em União de Facto. Mas parece que a lei permite que cada um possa estar em União de Facto com quem bem entender, até com a irmã. Não é necessário truca-truca. Uma confusão. Outra coisa que me preocupa é os casamentos entre estéreis e não estéreis. Deve o estado permitir tal desperdício de óvulos e espermatozóides? E o aborto? O governo PS vai ou não permitir o aborto? E qual é o impacto de uma mais que provável liberalização do aborto na natalidade?

PS - E gostava de saber como é que o Sócrates vai resolver isto: Divórcios cresceram 89% em dez anos.