Estranha coisa esta da democracia. De vez em quando acontecem fenómenos difíceis de explicar.
Um primeiro-ministro apresenta um plano de acção ao seu partido, por forma a obter a respectiva aprovação e é clamorosamente derrotado. No entanto, grande parte da população (eleitores e adversários) é, segundo as sondagens, favorável a tal plano.
Consequências? O PM avança mesmo contra a vontade do seu partido e é derrubado, surgindo um candidato aparentemente mais radical, mas que algures no futuro, defenderá proposta em tudo semelhante.
Enfim, por este andar, nada mudará substancialmente nos próximos tempos pelas bandas de Israel/Palestina.
Apenas um senão, que poderá vir a fazer toda a diferença: George W. Bush teve um derrota estrondosa com o referendo do Likud. Deu carta branca e mão livre a Sharon e viu o seu peão derrotado. E não tem nenhuma alternativa em cima da mesa, metendo-se livre e imprudentemente num beco sem saída. Deixou de ter qualquer capacidade de intervenção ou de iniciativa. E tal pode-lhe custar muito caro.
