1. Qual deve ser o papel do SNS num cenário de vitória do SIM?
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Na minha perspectiva liberal, enjeito o próprio conceito de SNS. No caso especificamente português, o péssimo funcionamento do sistema dá-me razões redobradas para essa convicção.
Mas seria um grave erro querer mudar a realidade global do SNS e da intervenção estatal em geral a propósito da questão da despenalização da IVG até às 10 semanas. São duas matérias distintas. É possível, aliás natural, dizer SIM sem discutir a bondade do SNS. Seria, no mínimo, anómalo dizer NÃO apenas porque as IVG’s serão inseridas no SNS (aliás, a esmagadora maioria dos ‘Nãos’ são defensores do sistema estatal de saúde).
Há muitas outras áreas do SNS de que eu discordo. Mas esse é sistema que está. E as misturas só beneficiam quem quer a confusão. Mudar o sistema de saúde será uma outra contenda. Desproporcionadamente diferente - agir ao contrário seria equivalente a uma declaração de guerra à Espanha por causa de Olivença…
Se, no entanto, a preocupação de um liberal reside no destino a dar ao dinheiro dos contribuintes, devo referir que me preocupam bastante mais os gastos dispendidos com as consequências na saúde das mulheres dos abortos clandestinos; bem como, o dispêndio financeiro desperdiçado com a perseguição criminal de quem tomou, em consciência, essa opção.